Flagrado enviando o primo Fred - "um que a gente mata antes de fazer delação - para receber propina no valor de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, dono da JBS, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) pode finalmente ir para a prisão.
Nesta terça-feira (22), o Ministério Público Federal (MPF) reforçou o pedido de condenação do hoje deputado federal por crime de corrupção passiva.
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O crime ocorreu em 2017 quando Aécio era senador. Além dele, são réus a irmã, Andrea Neves da Cunha - que chegou a ser presa em regime fechado -, e o primo Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, que juntamente com Mendherson Souza Lima, foi encarregado de buscar as malas em parcelas de R$ 500 mil em dinheiro em São Paulo.
À época, uma conversa flagrada pela polícia mostrou Aécio combinando com Joesley que enviaria o primo, "alguém que a gente mata antes de fazer a delação", nas palavras do próprio político mineiro - ouça abaixo.
O procurador da República Rodrigo de Grandis, autor da manifestação do MPF, solicitou ainda que Aécio e Andrea sejam obrigados a devolver os R$ 2 milhões e a pagar R$ 4 milhões para reparação dos danos morais.
As acusações foram recebidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2018 e remetidas à primeira instância da Justiça Federal, após o fim do mandato de Aécio como senador.
Em sua defesa, Aécio diz que o dinheiro era um "empréstimo", sem explicar, no entanto, que não havia contrato e os motivos do dinheiro ser remetido em espécie, dentro de malas.