O empenho de Jair Bolsonaro (PL) e de seu clã em passar a boiada para implantar uma política predatória de mineração em áreas indígenas ou em meio à floresta amazônica conta com um militar de alta patente como lobista para atende aos anseios de atores do sistema financeiro internacional, conforme reportagem da Agência Pública divulgada nesta segunda-feira (21).
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General de brigada do Exército, com atuação no Haiti, Cláudio Barroso Magno Filho, atua como lobista do banco canadense Forbes & Manhattan, que entre outras controla a mineradora Belo Sun, que há mais de 10 anos briga para construir uma megajazida para exploração de ouro a céu aberto na Volta Grande do Xingu, que fica no município de Senador José Porfírio (PA), a menos de 50 km da barragem principal da UHE Belo Monte e a menos de 9,5 km da Terra Indígena (TI) Paquiçamba.
A megajazida implicaria na construção de uma barragem de rejeitos para alocar cerca de 40 toneladas de minérios, em uma área maior que a barragem rompida pela Vale em Mariana (MG).
Segundo a reportagem, o banco, comandado pelo bilionário Stan Bharti, tem como sócios na mineradora o Deutsche Bank, da Alemanha, e o Royal Bank of Canadá, além do fundo de investimentos BlackRock, que atua nos bastidores do mercado de Petróleo e tem interesses, entre outros, na privatização da Petrobras.
Barroso Magno Filho atuou como lobista para destravar os negócios do banco canadense, parados por causa de embargos ambientais e questões relacionadas às terras indígenas no Brasil.
Em setembro de 2019, no primeiro ano do mandato de Bolsonaro, o general intermediou um encontro de Bharti com o vice-presidente Hamilton Mourão. De lá pra cá, uma série de iniciativas do governo foram tomadas para beneficiar diretamente os negócios da empresa no Brasil.
Entre as medidas está um contrato firmando entre o Incra e a Belo Sun em 26 de novembro de 2021 para a “concessão de uso de uma área de 2.428,00 hectares, sendo 1.439,00 hectares sobrepostos ao Projeto de Assentamento Ressaca e 989,00 hectares sobrepostos a Gleba Ituna, localizada no município de Senador José Porfírio, no estado do Pará”, “para fins de exploração minerária”.
Classificado como consultor da mineradora, Barroso é citado como “vice-presidente de relações governamentais” do grupo canadense no Brasil, segundo documento obtido pela Pública.
Leia a reportagem da Agência Pública na íntegra