ELEIÇÕES 2022

“Variação em pesquisa está dentro da oscilação estatística”, diz CEO da Quaest

Em entrevista ao “Fórum Onze e Meia”, Felipe Nunes comentou pesquisa PoderData, que apontou diferença menor entre Lula e Bolsonaro

Felipe Nunes, CEO da Quaest, analisa pesquisas eleitorais.Créditos: Reprodução/TV Cultura
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O CEO do Instituto Quaest, Felipe Nunes, afirmou que a variação encontrada na pesquisa eleitoral mais recente, divulgada pelo PoderData, dando conta que a diferença entre o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) diminuiu para apenas nove pontos percentuais, é absolutamente normal.

O levantamento, divulgado, nesta quarta-feira (16), apontou Lula com 40% das intenções de voto e Bolsonaro com 31%.

“Não costume comentar pesquisas de outros institutos. Por isso, deixo claro que há nenhum motivo para achar que os números não são confiáveis. Essas variações estão dentro da oscilação estatística. É normal. Podem ser explicadas por variações de amostragem, tamanho do universo ou como são construídas as pesquisas”, afirmou Nunes.

De acordo com o executivo, “os resultados das últimas três pesquisas do PoderData não sugerem uma diminuição na vantagem” de Lula.

O Instituto PoderData realiza seus levantamentos por telefone fixo e celular, o que também pode explicar alterações.

“Por exemplo, jovens até 30 anos são difíceis de atender ao telefone para participar de pesquisas. Além disso, quem trabalha também tem menos chance de atender", explicou Nunes.

Ele considera que todas as pesquisas, por natureza, contemplam o erro. “Por isso, sempre destacamos o grau de confiabilidade, quase sempre de 95%, e a margem de erro. No caso em questão, a tendência é que os levantamentos oscilem dependendo das amostras, mas todas apresentam um cenário de estabilidade”, afirmou.

O executivo do Instituto Quaest ressaltou outros aspectos que interferem nas pesquisas feitas por telefone.

“Em países onde o nível de acesso à telefonia e à internet é maior, e o voto é facultativo, as distorções são menores. O método não está errado, talvez não seja o mais apropriado para o Brasil. A pesquisa presencial chega onde o levantamento por telefone não chega”, apontou.

Felipe Nunes defende que não haja limite de prazo para divulgação de pesquisas

Questionado sobre o que ocorre em muitos países, onde há regras que estabelecem prazos máximos para a divulgação de pesquisas eleitorais, Nunes tem uma opinião clara.

“Pesquisas fazem parte da democracia. Defendo a continuidade da divulgação por duas razões básicas”, ressaltou. Ele apontou os motivos: “Fake news, ou seja, não é possível controlar a disseminação de informações falsas”, disse.

Ele se referiu à seguinte situação: caso os institutos fossem proibidos de divulgar pesquisas uma semana antes do pleito, isso poderia facilitar a propagação de mentiras durante esses sete dias, sem a possibilidade de desmentido por parte dos próprios institutos.

“O outro fator é que o eleitor tem direito ao voto estratégico. O sistema eleitoral existe para se construir maioria”. Na avaliação de Nunes, o voto útil é uma ferramenta legítima e um recurso próprio da democracia, e as pesquisas ajudam o eleitor nesse aspecto.

Assista à entrevista na íntegra: