Antes de embarcar com destino a Moscou, onde vai encontrar o presidente russo Vladimir Putin, Jair Bolsonaro (PL) fez uma análise surreal do incidente diplomático entre Rússia e EUA em torno da Ucrânia.
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Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, anunciado como "URGENTE!" pelo canal bolsonarista Foco do Brasil - único autorizado a acompanhar a ladainha diária do presidente no local -, Bolsonaro saiu pela tangente, se engasgou e citou a anexação do Acre pelo Brasil como exemplo.
"É... Você pode ver... O mundo todo tem seu problemas. Se você começar a querer resolver o problema dos outros... Se for possível, né? Minha palavra lá de paz... Tudo bem", disse Bolsonaro na primeira parte da "análise".
Em seguida, Bolsonaro disse que "sabe o que está em jogo, mas não vou entrar em detalhes", buscando sair pela tangente, e citou casos que não têm nenhuma ligação com o que ocorre no país do leste europeu.
"Temos problemas. A Argentina teve problemas por causa das Malvinas. No passado, nós tivemos problemas... perdemos o Uruguai, ganhamos o Acre. Hoje a Venezuela quer a região de Esequibo, lá na Guiana. O americano mesmo pegou alguns estados pra cima do México. Então é...", disse o presidente, quando foi interrompido por um apoiador: "disputa territorial" disse o bolsonarista, com a concordância do chefe do Executivo.
O conflito diplomático entre EUA e Rússia, no entanto, não se relaciona com a anexação de território, mas sim com o convite feito pelo governo estadunidense para que a Ucrânia faça parte da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan).
A Rússia reagiu, com exercícios militares na fronteira, por considerar o convite para a organização como uma ameaça, já que possibilitaria à Otan colocar forças armadas próximo ao território russo.
"A gente quer a paz. Mas, você tem que entender que todo mundo é ser humano ai... e vamos torcer... Se depender de uma palavra minha, o mundo teria paz", emendou.