Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL) e deputado federal eleito por São Paulo, resolveu ridicularizar as Forças Armadas. O deboche, dado o contexto político atual, se deve ao fato de que, a poucos dias para a posse de Lula (PT), os militares não tomaram nenhuma atitude golpista para impedir que o presidente eleito assuma o poder, como almejam bolsonaristas fanáticos acampados em portas de quartéis.
Através de seu Twitter, nesta quarta-feira (28), o ex-ministro, considerado o pior gestor da pasta do Meio Ambiente da história do Brasil, publicou uma foto que mostra um par de pantufas com o símbolo do Exército Brasileiro, em uma alusão ao termo "generais de pijama", que se refere a oficiais de alta patente que estão na reserva. "Selva!", escreveu Salles, reproduzindo uma palavra de guerra das Forças Armadas, junto à imagem.
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Nos comentários da publicação, alguns bolsonaristas expressaram decepção com Salles. "Por favor, não me faça me arrepender do meu voto!", escreveu um. Outros apenas mostraram que captaram o recado. "Para quem não entendeu o post, foi um deboche com os generais que não querem apoiar a reação do PR Bolsonaro!", disse outro seguidor.
Outra parte dos seguidores do ex-ministro tentou explicar a postagem como bem entendeu, difundindo teorias que beiram ao absurdo. "Pantufa serve pra andar sem fazer barulho !!!", disse, por exemplo, uma internauta.
Exército antecipa troca de comando com indicado por Lula
A publicação de Salles ridicularizando as Forças Armadas vem no dia da notícia de que o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, acertou com o atual titular do cargo, o general Paulo Sérgio Nogueira, a antecipação na troca de comando do Exército para acabar com a mobilização de grupos terroristas infiltrados entre apoiadores golpistas de Jair Bolsonaro (PL) que estão acampados em frente ao quartel-general da força em Brasília.
Assim, na sexta-feira (30), antevéspera da posse de Lula (PT), o general Julio Cesar de Arruda, indicado pelo petista, assumirá o comando do Exército no lugar de Marco Antônio Freire Gomes, nomeado por Bolsonaro.
Arruda assume com a tarefa de desmobilizar o que resta dos atos em frente ao QG de Brasília e também em cidades por todo o Brasil, onde bolsonaristas que não aceitam a derrota na eleição montaram barracas para pedir intervenção militar enquanto o clã Bolsonaro curte os últimos dias no poder.
Múcio também acertou a antecipação na troca de comando da Marinha, que deve ocorrer entre quarta (28) e quinta-feira (29). Marcos Sampaio Olsen assume no lugar do almirante Almir Garnier.
Somente na Aeronáutica a troca será feita após a posse de Lula. No dia 2 de janeiro, o brigadeiro Baptista Junior, considerado o mais bolsonarista dos comandantes das forças, dará lugar a Marcelo Kanitz Damasceno.
Em conversa com os futuros comandantes das Forças Armadas, Lula pediu que ainda em janeiro eles entreguem um diagnóstico sobre o aparelhamento feito por Bolsonaro entre os militares da ativa.