TERRORISMO

“Vamos agir já nas primeiras horas do dia 1°”, diz Dino sobre terroristas bolsonaristas

Veja a forte e contundente declaração do futuro ministro da Justiça, que prometeu ser implacável com os bolsonaristas que tentam mergulhar o Brasil no terror

Créditos: Governo do Maranhão
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O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, deu uma forte e contundente entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (26) na qual falou sobre a postura que a nova gestão terá, já na virada do relógio para 2023, contra os terroristas bolsonaristas que ameaçam o Brasil com um banho de sangue.

“Vamos tomar as providências para que nas primeiras horas do dia 1º já haja um comando efetivo. No momento em que se esvai um mandato presidencial, a posse em si é uma formalização de algo que a Constituição impõe, o mandato presidencial cessa à meia-noite do dia 31 de dezembro”, explicou Dino, manifestando que assim que o dia 1° de janeiro se iniciar, o novo governo será implacável com os golpistas.

Ele esclareceu que é preciso começar imediatamente os trabalhas para evitar o que na Ciência Política é chamado de ‘vácuo de poder’, mesmo que isso ocorre em poucas horas entre a passagem de uma administração para outra.

“Nós vamos, obviamente, antecipar certos atos, porque não pode haver vazio de poder. Então isso não ocorrerá, no sentido de que já nas primeiras horas do dia 1º, vamos tomar providências para que não ocorra essa situação de instabilidade. Isso se refere ao conjunto das instituições que estão sob o comando do Ministério da Justiça e ao restante do governo”, disse.

O ex-governador do Maranhão falou também sobre os acampamentos golpistas, que na noite de domingo (25) ele definiu como “incubadoras de terroristas”. Como esses extremistas bolsonaristas estão em áreas militares, caberá às Forças Armadas tomarem uma atitude para encerrar a baderna criminosa.

“Em relação às Forças Armadas, esperamos providências nesta semana. Já houve diminuição deste acampamento (do Quartel-General, em Brasília). É hora de pôr fim a isso, é urgente que isso ocorra uma vez que por todas essas razões. É algo incompatível com a Constituição, e isso se refere a todo o território nacional. Imagino que as Forças Armadas vão debater isso, especialmente o Exército. Na próxima semana estaremos no governo e todas as providências serão tomadas, inclusive sobre crimes anteriores”, falou o futuro ministro da Justiça.

Questionado pelos jornalistas sobre a presença de gente do governo Bolsonaro e outros agentes privados poderosos por trás dessas ações de terror, Dino reafirmou o que disse e prometeu mostrar essa relação assim que o governo tomar posse.

“Há fatos que autorizam essa minha afirmação. Ou omissão ou ação de agentes públicos federais em conexão com esses ditos acampamentos. Essas conexões com agentes privados e públicos serão apuradas, no sentido que todos esses acampamentos têm, sim, participações e omissões. Há gente poderosa financiando isso, e a polícia irá apurar passo a passo quem forneceu essas armas, onde ele obteve isso, onde ele obteve esses explosivos, porque isso não é uma ação individual. Nós não vamos permitir isso no Brasil. Não vamos permitir que esse terrorismo político se instale no Brasil”, reiterou.

Sobre a enxurrada de armas que inundou o Brasil em pouco menos de quatro anos do governo Bolsonaro, o homem que comandará órgãos como a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), revelou que a ordem é separar “uma coisa da outra”, mas vetar, no geral, a insanidade levada a cabo pelo governo ultrarreacionário que se encerra.

“Quem for um atirador esportivo verdadeiro, muito que bem, é atividade legítima. Mas quem não for deve ser isolado, separado, para que nós possamos fazer uma espécie de recadastramento, de recenseamento dessa gente”, contou Dino.

Por fim, o futuro ministro afirmou que a posse de Lula, e sobretudo a festa de inauguração de seu mandato, ocorrerá conforme o previsto, com todas as medidas devidamente tomadas para que se evitem novos episódios de terrorismo.

“Reafirmamos que a posse deve ocorrer, vai ocorrer com ampla participação popular. Tanto na Esplanada, quanto na parte cultural. Porém, evidentemente estamos diante de terroristas, que devem receber tratamento que a lei manda”, encerrou.