O pranto ajoelhado de Michelle Bolsonaro ao lado do marido, Jair, que também chorou prostrado em posição de sentido em frente aos apoiadores golpistas em frente ao Palácio do Alvorada nesta terça-feira (20), em mais uma cena patética do casal presidencial, tem explicação.
E quem explica isso é o neto do ditador João Batista Figueiredo - que negou-se a entregar a faixa a José Sarney ao fim do regime autoritário no país -, Paulo Figueiredo, que diz ter recebido uma ligação de Bolsonaro durante participação no programa Pânico da Jovem Pan pela manhã.
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À noite, no Pingo nos Is, Figueiredo falou da conversa que teria tido com Bolsonaro e explicou que o choro do presidente da primeira-dama seria algo que já teria vivido na família ao final da Ditadura: "uma sensação de solidão associada ao momento em que o país se encontra"
Figueiredo afirma que, na conversa, Bolsonaro estava "bastante sereno e consicente do momento que o Brasil vive e das coisas como elas são, que precisam ser feitas", diferentemente do que tem mostrado nos poucos eventos públicos em que participa.
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"Eu entendo que o choro dele nesse momento simbólico - até num momento de oração - tem a ver com o entendimento desse momento em que o país passa. Vejam, mesmo que o presidente faça tudo o que as pessoas estão clamando para que ele faça, você não tem um cenário bonito para o Brasil", disse.
Figueiredo afirmou ainda que "não existe um cenário bom para o país" e culpou chefes das instituições - sem se referir aos ministros das cortes supremas diretamente.
"O mal que essas pessoas causaram é um mal quase irreversível. Daria muito trabalho reconstruir a confiança nas instituições do país".
O neto do ditador ainda tentou justificar o choro de Bolsonaro pela "pressão dos apoiadores" e o abandono de aliadas.
"E a certeza que precisa tomar certas decisões, a posição que se encontra, sob uma pressão gigantesca dessas pessoas que estão lá na porta da casa dele, confiando nele, é absolutamente incomensurável. Associado a isso, existe - não que ele tenha me dito isso, mas vivi isso em casa, vivenciei essas histórias -, existe o abandono no final do governo. O abandono das pessoas que confiávamos, que estavam conosco, quando elas pressentem que você não estará mais no poder, elas te deixam sozinho. E quem é quem acaba se revelando".
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