Três dias após chamar Jair Bolsonaro (PL) de "democrata" em entrevista à CNN, o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, contrariou uma decisão de Lula (PT), que já teria definido para ser tomada nos primeiros dias de governo: a ordem aos comandos das Forças Armadas para pôr fim aos acampamentos e atos golpistas nas portas de quartéis espalhados pelo país.
Em entrevista a Igor Gadelha no site Metrópoles nesta segunda-feira (19), Múcio contraria a decisão de Lula e diz que a desocupação da frente dos quartéis "vai acontecer com o tempo", negando que haverá uma ação coordenada para tirar os golpistas apoiadores de Bolsonaro.
Múcio acompanhou Lula na reunião com os futuros comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército após a confirmação de seu nome para o Ministério da Defesa.
“Posso dizer que o encontro foi muito bom. Eles [comandantes] já tinham sido escolhidos, e fui apresentá-los. O presidente Lula falou como tratou as Forças Armadas durante o governo dele e pediu um histórico, um relatório das Forças Armadas para avaliar em 40 dias”, disse à CNN sobre a reunião com o general Julio Cesar de Arruda, no Exército, o almirante Marcos Sampaio Olsen, na Marinha, e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, na Aeronáutica.