SUPOSTO CONLUIO COM ADVOGADO

Herói da Lava Jato do Rio, Bretas é investigado e pode ser condenado

Titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio e responsável por casos como o do ex-governador Sergio Cabral, Bretas deve ser julgado na primeira sessão do CNJ em 2023.

Marcelo Bretas e.Créditos: Instagram
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Juiz que pegou carona na esteira de "heróis" do lawfare conduzido pelo colega Sergio Moro e procuradores da Lava Jato, Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, que se aproximou de modo oportunista de Jair Bolsonaro (PL) no início do mandato, pode ter um futuro parecido com o do futuro ex-presidente, que teme ser condenado - e preso - após desocupar o Palácio do Planalto.

Titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio e responsável por casos como o do ex-governador Sergio Cabral, que será solto após decisão esdrúxula de Moro, Bretas é alvo de um processo remetido por Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que mira um suposto conluio entre o magistrado e o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho para combinar sentenças, incriminar autoridades e quebrar sigilos de forma ilegal de investigados.

Em novembro, a corregedoria do CNJ realizou uma operação sigilosa no gabinete de Bretas. Os agentes tinham ordens para arrombar a porta e recolher computadores e documentos para obter provas das denúncias contra o juiz. A ação foi autorizada pelo corregedor Luis Felipe Salomão, responsável pelo inquérito.

O processo tem origem na delação de José Antônio Fichtner, irmão do ex-secretário do governo do Rio de Janeiro, Régis Fichtner, homem-forte do ex-governador Sérgio Cabral.

Na delação, Fichtner contou também que Nythalmar tinha acesso privilegiado ao juiz, sabia das decisões que seriam tomadas e usava as informações para conquistar clientes alvos das investigações.

O material apreendido daria consistência às denúncias. O CNJ, inclusive, já teria aberto uma reclação disciplinar contra o juiz e abriu prazo para sua defesa.

Bretas deve ser julgado na primeira sessão do CNJ em 2023, que acontece no dia 14 de fevereiro. Caso seja condenado, ele pode perder o cargo e ser levado à aposentadoria compulsória.