A operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra bolsonaristas envolvidos em atos golpistas e antidemocráticos, desta quinta-feira (15), colocou o futuro ex-presidente Jair Bolsonaro e parlamentares de seu partido, o PL, em desespero.
Foram realizados, nas partes da manhã e da tarde, mais de 100 mandados de busca e apreensão e de prisão em diferentes estados. Além dos mandados, também foram autorizados bloqueio de contas e quebra do sigilo bancário dos investigados. A Polícia Federal tenta localizar fontes de financiamento dos atos, acampamentos, bloqueios em rodovias e depredações ocorridas na última segunda-feira (12) em Brasília.
Te podría interesar
A investida contra os golpistas deixou políticos bolsonaristas em alerta. O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), expressou esse desespero em discurso feito na tribuna da casa legislativa e em texto publicado no Twitter, dizendo que se sente "ameaçado".
"Medo. Violação de prerrogativas parlamentares. E muito mais. Como Líder do Governo no Senado me sinto ameaçado. Não pelo que falo. Mas pela função q desempenho. Já seria o suficiente para invadirem o meu gabinete e minha casa. Medo. Não é um sentimento que embase qualquer democracia. Venceremos", escreveu.
Na tribuna do Senado, Portinho disse que "a situação está insustentável no país" e que "estão nos levando a uma ruptura". "Guardem o dia de hoje! Estão nos levando a uma ruptura! Protejam as prerrogativas parlamentares, a liberdade de expressão e acima de tudo a democracia", disse o senador, reforçando seu temor de ser preso.
Assista
Bolsonaro também revela medo de ser preso
O discurso de Carlos Portinho no Senado se deu após reunião com Jair Bolsonaro e outros parlamentares bolsonaristas, entre eles os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Wellington Fagundes (PL).
De acordo com o jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, Portinho revelou que, nesta reunião, Bolsonaro disse que está com medo de ser preso por ordem de Alexandre de Moraes assim que deixar a presidência.
“O presidente nos disse que acha que vai ser preso pelo STF. Está com medo de ser preso e nós também. Vejo isso acontecendo. Estamos sendo ameaçados pelo STF. Agora estou com medo de me posicionar na tribuna e as consequências que isso pode ter”, teria dito o líder do governo no Senado, reforçando seu discurso na casa legislativa.
Habeas Corpus preventivo e projeto no Senado
Como forma de evitar a prisão de Bolsonaro e parlamentares do PL, o senador Carlos Portinho sugeriu ao presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, que se articule um habeas corpus preventivo junto à Justiça.
"Vamos usar os artifícios que o Judiciário permite para garantir a proteção e as prerrogativas parlamentares. O caminho é o habeas corpus", afirmou, segundo o portal R7.
Outra medida que os bolsonaristas pretendem adotar como forma de evitar a cadeia é colocar em votação no Congresso Nacional um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) contra decisões monocráticas do Poder Judiciário. A proposta, que segundo ele visa barrar os "superpoderes" do STF e TSE, foi protocolada pelo próprio Portinho no início da semana