TERRORISMO DE ESTADO

"Chega de anistia para golpistas", diz Boulos após denúncia de ligação do GSI com atos terroristas

Glauber Braga também repercute a reportagem exclusiva da Fórum: "Isso envolve diretamente a responsabilização de Jair Bolsonaro"

Guilherme Boulos.Créditos: Reprodução/Facebook
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A reportagem exclusiva da Fórum que traz depoimento de um servidor da Polícia Federal lotado na Presidência dando conta de que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) estaria por trás dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília segue repercutindo no meio político. 

Segundo este servidor, "o GSI está na cabeça" da investida de radicais apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que, na última segunda-feira (12), espalharam violência, chamas e pânico por meio de uma ação coordenada que envolveu uma tentativa de invasão da sede da PF, bloqueio de vias expressas, queima de carros e ônibus e intimidações a cidadãos que estavam em locais públicos.

Em depoimento à Fórum, o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que "é preciso investigar e punir todos os envolvidos com o golpismo do governo Bolsonaro". 

"Vamos trabalhar para que isso aconteça a partir de 1º de janeiro. Chega de anistia para golpistas. O Brasil precisa acertar as contas consigo mesmo e deixar uma mensagem clara para as futuras gerações de que esse tipo de comportamento é inaceitável", disse Boulos ao repórter Raphael Sanz. 

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) também repercutiu a denúncia cobrando investigação de Jair Bolsonaro (PL). "Isso é muito sério. É fundamental que a gente tenha uma investigação séria e a responsabilização desses sujeitos. Aquilo que a gente via, que a gente já percebia, que existia uma orquestração com a participação direta da presidência da República, vem agora como confirmação através do relato dessa fonte", disse o parlamentar ao repórter Eduardo Meirelles.

"Todas as informações passadas por essa fonte tem que passar por um processo de investigação e responsabilização, isso envolve diretamente a responsabilização do senhor Jair Bolsonaro", prosseguiu Braga. 

Entenda o caso

Um servidor da Polícia Federal (PF), lotado na Presidência da República acusa em entrevista exclusiva à Fórum, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), responsável pelo serviço de Inteligência e pela segurança do presidente Jair Bolsonaro (PL), chefiado pelo general da reserva Augusto Heleno, de estar por trás dos atos terroristas que apavoraram Brasília na noite de segunda-feira (12).

As declarações e a versão sobre a responsabilidade dos atos foram dadas com exclusividade à Fórum, que exigiu toda a documentação do denunciante, como a publicação da sua nomeação no Diário Oficial da União para o cargo dentro da Presidência da República e seus documentos funcionais, assim como um contato visual para comprovar a identidade da fonte.

“O que está acontecendo e, principalmente o que ocorreu ontem em Brasília, é terrorismo de Estado. O GSI está na cabeça disso, e o uso da área do QG, que é militar, é do Exército, não é à toa. O próprio secretário de segurança do DF disse isso ontem em coletiva, que ‘ninguém entra lá porque é área do Exército’, uma desculpa pronta e perfeita. O GSI tem hoje poder para controlar mais de mil militares diretamente lá dentro (do QG do Exército e nos acampamentos) e eles estão literalmente bancando, mantendo e abrigando essa gente lá dentro (da área do QG) e logicamente ninguém fardado está aparecendo, porque essa é a forma de operar deles, uma guerra híbrida que alimenta e fomenta tudo que está ocorrendo ali. É explícito para quem está perto que o GSI está incitando isso com esses civis, todo mundo está por ali (Gabinete da Presidência) sabe disso”, começou dizendo o PF.

Leia a reportagem completa aqui.