Flávio Dino, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula (PT), mandou um recado aos bolsonaristas que promoveram atos de terrorismo na noite desta segunda-feira (12) em Brasília.
Insistentes em não aceitar o resultado das eleições e revoltados com a prisão de um pastor indígena apoiador de Bolsonaro - que articulava atos golpistas -, grupos radicais bolsonaristas tentaram invadir o prédio da Polícia Federal, incendiaram carros e ônibus promoveram uma série de depredações, transformando a capital federal em uma zona de guerra.
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Apesar da gravidade dos atos, a secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que ninguém foi preso pois as forças policiais teriam se concentrado no trabalho de dispersão, e que agora os envolvidos estariam sendo identificados para que inquéritos sejam abertos.
Em pronunciamento no Centro Cultural Branco do Brasil (CCBB) em Brasília, centro do gabinete de transição, nesta terça-feira (13), Dino afirmou que o terrorismo promovido pelos bolsonaristas causa "repulsa", mas procurou minimizar a força do movimento golpista.
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"Num outro 13 de dezembro, em 1968, foi editado o AI5. E o presidente Lula pediu pra eu falar do momento atual. Este 13 de dezembro de 2022 é a prova de que nunca mais o Brasil vai viver aquele 13 de dezembro do AI5. A democracia venceu e vai continuar a vencer", declarou o futuro ministro da Justiça no início de sua fala.
Segundo Dino, é preciso "modular corretamente" o ocorrido pois "esses grupos extremistas não tiveram, não têm e não terão força para vencer o povo brasileiro". Ele disse que o governo do Distrito Federal vem atuando em conjunto com a Polícia Federal para tomar medidas cabíveis sobre os crimes cometidos pelos bolsonaristas, adicionando que "o que pode ser feito agora, está sendo feito".
Na sequência, garantiu: "Agora, no dia 1º de janeiro de 2023, aquilo que não pôde ser feito nesses 15, 20 dias, será feito, porque não é apenas uma orientação política democrática, é o imperativo da lei".
"Nem eu, nem Lula e nem Alckmin pediremos para a Polícia Federal não cumprir o seu papel. Todas as pessoas estão sendo identificadas, todos os inquéritos cabíveis estão sendo feitos. Crimes políticos são de competência federal. E nós vamos, a partir de 1º de janeiro, tomar as providências que não forem possíveis agora", emendou.
Ao final de seu pronunciamento, Dino reforçou que a segurança na cerimônia de posse do presidente eleito Lula está garantida. "Vamos fazer a maior posse presidencial da história do Brasil (...) O 'sainte', saiu. E o 'entrante', entrou", finalizou.
Assista à íntegra do discurso