NOVO GOVERNO

100 milhões de brasileiros precisam de assistência do novo governo, diz equipe da transição

Simone Tebet e Tereza Campello concederam entrevista coletiva para expor pontos analisados pelo Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Social e Combate à fome

Coletiva do GT de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.Créditos: Reprodução/YouTube Lula
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A senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nesta quinta-feira (1), durante entrevista coletiva do Grupo de Trabalho (GT) de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do gabinete de transição, que o grupo encontrou um desmonte das políticas sociais dentro do Ministério da Cidadania e declarou que "de cidadania só tem o nome". A ex-ministra Tereza Campello, também presente na coletiva, afirmou que o atual governo agiu com má fé. "Um governo que por quatro anos não fez cisternas".

Tebet, cotada para o comando da pasta do Desenvolvimento Social, informou que toda a estrutura ministerial hoje existente está voltada para o Auxílio Brasil, deixando de lado outras questões sociais emergentes e cortando verbas de políticas públicas de assistência. "Desde políticas públicas para cisternas, água potável, produção de obras, áreas quilombolas, aldeias, obras, atendimento dos mais de 8 mil Cras (Centro de Referência de Assistência Social) em municípios, e a total falta de vontade política de garantir a emancipação da população", afirmou.

Um dos pontos críticos levantados por Tebet é que o valor de R$ 80 bilhões, proposto na PEC do Bolsa Família, cobre o rombo apenas do Desenvolvimento Social. "Só no Ministério do Desenvolvimento Social nós não precisamos de R$ 70 bilhões extra-teto. Esses R$ 70 bilhões são apenas para o Auxílio Brasil. Tem R$ 2 bilhões do Auxílio-Gás, mais R$ 2,6 bilhões para o SUS, R$ 500 milhões para cisternas, R$ 6,5 bilhões para o Sistema Único de Assistência Social (Suas), que foi deixado de lado", pontuou. 

“Estamos chegando a praticamente a R$ 80 bilhões só no Ministério para efeito de extra-teto, o que significa que qualquer PEC que hoje tramita no Senado, que é uma PEC alternativa, seria suficiente apenas para cobrir o rombo do orçamento de um único ministério, no caso, o Ministério de Desenvolvimento Social, da Cidadania”, afirmou.

“Vamos ter que fazer esse levantamento coletivo que ainda não temos. Hoje vamos apresentar os diagnósticos orçamentários, os alertas de mérito em relação a pasta, a possíveis desmontes, aos programas como estão”, completou Tebet.

PT reivindica Ministério do Desenvolvimento Regional

Em reunião também nesta quinta-feira (1), congressistas da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara e no Senado reivindicaram o comando da pasta. Para eles, o comando do Bolsa Família é primordial para o partido do presidente, que ouviu o pedido sem manifestar opinião.