Um bolsonarismo sem Bolsonaro. A impressão que já existia no universo político de centro e de esquerda também se propaga dentro da própria extrema direita e, para muitos, a próxima eleição, em 2026, deve contar com outro nome como candidato do campo reacionário. É o que reporta a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
O séquito mais próximo do futuro ex-presidente, assim como “lideranças” bolsonaristas de diferentes segmentos, como igrejas evangélicas, ocupantes de ministérios da área ideológica e política e donos de veículos de comunicação alinhados ao seu ideário ultraconservador, pensam que o ideal seria tornar Jair Bolsonaro (PL) uma espécie de figura símbolo do movimento, um “presidente de honra”, como Fernando Henrique Cardoso se tornou para o PSDB, em que pese o abismo de diferença existente entre os dois. Alguns deliram e desejam que o chefe de Estado brasileiro mais caótico e isolado da história tenha uma aura de “estadista” construída em torno de si.
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Mas os motivos, na realidade, seriam bem outros. Mesmo com uma votação estrondosa, sua toxidade eleitoral (rejeição e comportamento sistematicamente errático) tornam o ex-capitão expurgado de Exército por propor ataques a bomba em troca de aumento de salário um alvo fácil para os adversários, sobretudo após o vexatório mandato no Palácio do Planalto.
Para seguir liderando as alas mais raivosas da direita brasileira, desde que Bolsonaro aceite tornar-se um FHC com mais votos e investido de uma biografia totalmente fake de “estadista”, surge o nome do governador eleito de São Paulo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas.
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Diante disso, dizem aliados, o bolsonarista que assumirá o Palácio dos Bandeirantes em 1° de janeiro de 2023 precisa realizar um governo de fato bom, para que assim vá pouco a pouco suplantando o ex-chefe, de forma a se tornar uma liderança dessas falanges reacionárias, só que com um espectro mais civilizado e palatável, diferente do selvagem e truculento Jair Bolsonaro.