A cúpula do PT, assim como outros aliados envolvidos na transição de governo, optou por deixar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) fora do esquema de segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia de posse do novo mandatário, em 1° de janeiro de 2023. Por lei, é o GSI quem deve fazer a proteção do chefe de Estado brasileiro, assim como de seu vice, desde o primeiro dia de mandato.
No entanto, o fato de o GSI, composto por militares das Forças Armadas, e com Bolsonaro também por PMs estaduais, ser visto atualmente como o maior ninho de bolsonaristas radicais da atual administração federal, chefiado pelo general Heleno, um dos mais estridentes e subservientes ministros do líder de extrema direita, fez com que os dirigentes petistas optassem pelo protagonismo de agentes da Polícia Federal que já vêm escoltando Lula. A legislação permite que outros órgãos de segurança estejam envolvidos no esquema da posse do novo presidente, como a PF, por exemplo. Diante desta brecha, os federais devem ficar com a quase totalidade da operação a ser realizada no primeiro dia do próximo ano, deixando o GSI de lado.
O general Augusto Heleno, notoriamente adepto de todas as teorias golpistas alardeadas por seu chefe, recentemente, já com o Lula eleito, chamou o petista de “cachaceiro” e desejou abertamente que ele “não tenha boa saúde”.
A intenção da cúpula da transição de governo é que o GSI esteja devidamente remodelado e com seu contingente substituído nas primeiras semanas do futuro mandato de Lula, para que assim assuma suas funções constitucionais, que em síntese consistem em salvaguardar e preservar o chefe de Estado em exercício.