Empresários de Mato Grosso, principalmente ligado a grandes produtores de soja nas regiões de Sorriso e Sinop, estão mobilizando caminhoneiros em um novo ataque à democracia como reação à petição de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que bloqueou as contas de 43 pessoas físicas e jurídicas que estariam financiando atos golpistas.
SAIBA MAIS: Quem são e qual o crime dos empresários bolsonaristas que tiveram contas bloqueadas por Alexandre de Moraes
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Em grupos de WhatsApp, a orientação é para que os caminhoneiros parem a partir das 12h desta sexta-feira (18), bloqueando estradas e oferecendo resistência a quaisquer tentativas de desmobilização por forças policiais.
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“Nós vamos pra rua. Se precisar levar borrachada no lombo, nós vamos levar. A borrachada vai doer menos do que a gente ver nossos filhos passar fome. Aqueles fazendeiros que têm propriedade na beira da rodovia, coloca uma plantadeira ou um subsolador, vamos pegar e bloquear tudo. Tem que ser em vários pontos pra parar mesmo. Vamos apanhar do exército, da marinha, do que for, que venha tudo. Vamos guerrear com as Forças Armadas (sic)”, diz um dos áudios divulgados pela Gazeta Digital, site de Mato Grosso.
No Twitter, golpistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) levantaram desde cedo a hashtag #Caminhoneiros em apoio ao movimento golpista.
"Já fui no mercado hoje. Tenho arroz e feijão para uns 02 meses. Fora outros mantimentos. Mas, tendo arroz, feijão e café (rsrsr) nós os MANÉS, passamos de boa. Eu apoio! #Caminhoneiros", escreveu um bolsonarista identificado como Ale Lagares no Twitter.
A imagem divulgada diz que "Alexandre travou as contas bancárias e nós vamos travar o país".
Nesta quinta-feira (17), o Sindicato Rural de Sorriso, cidade que tem mais da metade dos suspeitos de financiar os atos golpistas, divulgou uma "carta aberta à sociedade" nas redes sociais "solidarizando-se com os empresários da cidade que foram atingidos diretamente pela decisão judicial restringindo o direito de livre manifestação e à liberdade de expressão, inclusive com possibilidade de aplicação de sultuosas e desarrazoadas multas".
O texto ainda emite um sinal de apoio aos atos golpistas ao dizer que o sindicato, que reune muitos dos investigados pelo TSE, "reafirma seu posicionamento de apoio às manifestações de forma ordeira e pacífica, bem como, acredita na honestidade e idoneidade de seus associados".