LULA ELEITO

Discurso de Bolsonaro é o melhor exemplo de que a montanha pariu um rato

Com ar derrotado e infantil, o futuro ex-presidente reuniu dezenas de ministros para falar as bobajadas habituais e endossar baderna de seus seguidores, num pronunciamento vexatório de 2 minutos

Créditos: GloboNews/Reprodução
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Aconteceu. Sim, aconteceu o pronunciamento de Jair Bolsonaro (PL), o futuro ex-presidente que foi derrotado nas urnas e terá que deixar o cargo para que o eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocupe o Palácio do Planalto e retome a normalidade institucional do Estado brasileiro.

Após 45 horas do anúncio oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que Lula venceu e comandará o país a partir de 1° de janeiro de 2023, o mandatário derrotado chamou a imprensa e resolveu falar, enquanto seus fanáticos e violentos seguidores tentam incendiar o Brasil há dois dias fechando rodovias em quase todos os estados e ateando fogo em barricadas.

Cercado por praticamente todo seu Ministério, junto do filho deputado e de outros aliados de peso, como um garotinho covarde que chama sua gangue para escoltá-lo antes da briga no recreio, Bolsonaro não reconheceu a derrota, tampouco questionou explicitamente a vitória do adversário, e passou 2 minutos e 20 segundos falando um emaranhado de groselhas (“Deus, pátria e família”, “porque a esquerda...”, “sentimento de injustiça”, “joguei dentro das quatro linhas da Constituição”).

Para piorar, deu endosso claro aos atos criminosos de seus seguidores fanatizados e extremistas, e de forma ridícula deu um jeito de colocar “a esquerda” no meio, embora a mídia corporativa se esforce num malabarismo louco para dizer o contrário, que ele repudiou os atos só porque disse que “manifestação que não é pacífica é coisa de esquerda”.

O mandato de Jair Bolsonaro foi a página mais tosca e bizarra da História do Brasil e, para terminá-lo, o patético homem que um dia chegou à chefia do Estado profere um discurso bobo, cínico, que não diz absolutamente nada de relevante, que não cumpre ritos e liturgia, ajudando ainda a tumultuar o país ao mencionar levemente de forma positiva a arruaça de seus fãs golpistas e tresloucados.

Mais do que nunca, a gritaria, o chilique, a birra e a prevalência de um comportamento infantilizado e odiento de Bolsonaro fizeram justificar aquilo que sempre se apontou em seus quatro anos de “gestão” à frente do Planalto: a montanha pariu um rato.