Uma mistura de golpismo com surrealismo, digno do roteiro do filme "Não Olhe para Cima", que pode ser traduzido como um "Não Olhe para as urnas". Esse é o clima em grupos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que tentam mobilizar novos atos golpistas em rodovias e avenidas aguardando um pronunciamento do presidente para pedir intervenção federal às Forças Armadas.
No grupo Exército de Bolsonaro, com 29 mil seguidores - já chegou a ter mais de 35 mil durante as eleições -, os radicais propagam áudios atribuídos a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que ainda não se pronunciou sobre a derrota do pai, Daniel Silveira (PTB-RJ) e até mesmo Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro. Além disso, há vídeo de um sósia de Luciano Hang, o véio da Havan, direto do protesto em Palhoça, no litoral de Santa Catarina.
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"Pessoal, raciocínio simples. Fomos às ruas por dezenas de vezes aos milhões. Agora para salvar a pátria de verdade de um narcoditador nós não vamos aos milhões, vamos aos 13? São 13 pessoas nas ruas brigando dizendo que são patriotas, é isso? Não. Não é assim que funciona", diz áudio atribuído a Eduardo Bolsonaro, que segue.
"O silêncio do presidente ele diz muito. Talvez aquele 'eu autorizo' deve ser para você se autorizar, mostrar para o home o que o Brasil quer, o que nós não aceitamos. Não adianta agora a reclusão de todos nós. A reclusão dele nos dá o recado e esse recado é claro: golpe, não. Nós sofremos um golpe por um algoritimo, por um sistema que se perpetua há 26 anos", diz o áudio atribuído ao filho de Bolsonaro, que volta a culpar o sistema de votação.
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A ideia propagada nos grupos é que Bolsonaro precisa aguardar 72 horas para se posicionar e pede para os apoiadores se concentrarem em frente aos quarteis para que ele possa pedir "intervenção federal" nesta quarta-feira, 2 de outubro, feriado de finados.
Veja vídeos, áudios e trocas de mensagens do grupo Exército de Bolsonaro no Instagram.