Durante entrevista a um podcast de apoiadores, neste domingo (9), Jair Bolsonaro (PL), além de ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF), atacou o âncora do Jornal Nacional, da Rede Globo, William Bonner.
O presidente usou sua “teoria da conspiração” para afirmar que o jornalista protegeu Lula (PT) na sabatina do telejornal e no debate da emissora.
“É vergonhoso, né. Primeiro, o sorteio. Pode ser que tenha sido isento. Fui o primeiro falar (se referindo ao debate). Se for depois do Lula, complicava o negócio. Agora, o William Bonner se postou como um jurista. ‘O senhor não deve mais nada à Justiça’”, disse, em alusão à sabatina com o petista no JN.
“O cara foi condenado em três instâncias por unanimidade”, atacou Bolsonaro, não mencionando, evidentemente, que a condução do processo foi do então juiz Sergio Moro, considerado depois suspeito e parcial pelo STF.
Ainda na entrevista do podcast, Bolsonaro ironizou Bonner e declarou que o jornalista da Globo tem chance de ir para o STF, cadeira que pode ser ocupada até por quem não tem diploma de bacharel em Direito, disse.
Um dos participantes do programa foi Paulo Figueiredo, neto de João Batista Figueiredo, o último general presidente na ditadura militar. Durante o programa, ele se declarou eleitor de Bolsonaro.
Bolsonaro volta a ameaçar STF
Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que, caso seja reeleito, se a Corte não "baixar um pouco a temperatura" levará a cabo o projeto de aumentar para 15 o número de ministros, indicando mais seis e dominando o topo do judiciário - para onde já nomeou André Mendonça e Kássio Nunes Marques.
"Se eu for reeleito, e o Supremo baixar um pouco a temperatura, já temos duas pessoas garantidas lá [Kassio Nunes Marques e André Mendonça], tem mais gente que é simpática à gente, mas já temos duas pessoas garantidas lá, que são pessoas que não dão voto com sangue nos olhos, tem mais duas vagas para o ano que vem, talvez você descarte essa sugestão", disse o presidente.