Maurício Lopes Fernandes, empresário que foi flagrado coagindo funcionários a votarem em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial, além de ameaçar que fecharia suas empresas, em caso de vitória de Lula (PT), foi multado em R$ 150 mil e teve de se desculpar com os funcionários.
Dono de cerâmicas em São Miguel do Guamá (PA), o bolsonarista assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), proposto pelo Ministério Público do Pará (MP-PA), que, além da multa, prevê pagamento de bônus de R$ 2 mil a cada funcionário, assinar carteiras de trabalho dos que não têm registro e divulgar, em até 48 horas, um vídeo se retratando pela atitude, o que ele acabou fazendo.
“Eu quero falar para vocês o seguinte: estou aqui me retratando. Se vocês deixarem de trabalhar para mim hoje e forem trabalhar para outro empresário, e se o empresário fazer (sic) o que eu fiz – simplesmente eu fiz uma grande burrice -, denunciem, vão ao Ministério Público. Não deixem cometer o mesmo erro que eu cometi. Isso aí não vai prejudicar só a mim, mas vocês também, porque o voto de vocês é livre”, afirmou no vídeo.
Fernandes também se comprometeu a não voltar a constranger, ameaçar ou coagir funcionários a votar em qualquer candidato. O valor da multa será revertido em parte (R$ 50 mil) para uma campanha de conscientização a empregadores sobre o tema e, em outra parte (R$ 100 mil), para projetos sociais. O empresário ainda foi indiciado por crime eleitoral.