Uma fake news antiga está sendo “ressuscitada” pelos bolsonaristas nas redes sociais, em grupos de WhatsApp e até pessoalmente. A mentira “desenterrada” agora, em 2022, aponta que o ex-presidente Lula (PT), em caso de vitória no segundo turno, colocaria em prática um projeto, chamado “moradia social”. Com isso, pessoas que residem em imóveis com mais de 60 m² teriam que abrigar famílias de sem-teto.
Em um áudio que circula nas redes, uma mulher conta que foi vítima do assédio de uma pessoa que ameaçou ocupar sua casa. Ela diz se chamar Rosângela, moradora de Guarapuava, no Paraná.
“Meu esposo estava na frente de casa. Apareceu um senhor entre 35 e 40 anos. Com a maior cara de pau, disse que estava com a esposa e dois filhos e que precisava de ajuda por um mês. Meu esposo ficou olhando para ele e ele simplesmente falou: ‘Eu quero a moradia social, quero morar aqui por um mês e daí a gente vê como é que fica’”, relatou a mulher.
“Meu esposo ficou sem ação. Como é que pode. O homem nem ganhou ainda e as pessoas já estão escolhendo casa para morar. Vou esparramar, porque as pessoas de bem precisam saber o que está acontecendo. O pessoal sem-teto, sem-terra, está se organizando, que sirva de alerta. Não podemos deixar isso acontecer”. Aparentemente muito assustada, a mulher afirmou que o fato aconteceu no dia 3 de outubro, um dia depois do primeiro turno.
Há um vídeo no Tik Tok, que mostra um homem afirmando que vai votar em Lula em 2022, porque o petista deve criar, se for eleito presidente, o “moradia social”. A mesma mentira contada no áudio.
De acordo com o autor do vídeo, o programa prevê que pessoas serão obrigadas a abrigar outras famílias, “mesmo que não as conheçam”. “Eu quero a moradia social, porque eu tô sem nada. Assim que o Lula assumir a cadeira, eu vou colar na tua casa”, disse.
Mentira sobre ocupação de casas já era usada na época de Collor, na eleição de 1989, contra Lula e o PT
Lula e o PT são vítimas dessa e outras mentiras desde 1989, na primeira vez que o petista disputou uma eleição presidencial e perdeu para Fernando Collor de Mello. Apoiadores do “caçador de marajás” já usavam mentiras e golpes baixos na campanha, como a disseminação da fake news de que o PT iria tirar ou dividir a propriedade das pessoas.
Na época, havia, inclusive, distribuição de panfletos apócrifos nesse sentido e simulações de pessoas indo até as casas perguntando se havia um quarto para ocupar, semelhante ao que está acontecendo agora.
Esta fake news, especificamente, foi sendo utilizada pelos adversários do PT ao longo de todas as eleições presidenciais até 2002. Quando Lula venceu e foi presidente por dois mandatos consecutivos, os oposicionistas pararam, porque todos viram que a “teoria da conspiração” era absurda.
Infelizmente, há pessoas que acreditam na mentira. Por isso, os bolsonaristas, abusando da boa-fé, estão recuperando a fake news na eleição de 2022.
Minha Casa, Minha Vida: maior programa habitacional desenvolvido na história do país
A verdade é totalmente oposta às mentiras propagadas. Lula nunca pretendeu dividir casas. Ao contrário, o governo do PT criou o Minha Casa, Minha Vida, o maior programa habitacional desenvolvido na história do país.
Os objetivos da iniciativa eram enfrentar o déficit habitacional, especialmente das famílias com menor renda, e gerar empregos na construção civil.
Desde o lançamento do Minha Casa, Minha Vida, em 2009, até 2016, foram contratadas 4,2 milhões de casas e entregues 2,7 milhões, beneficiando cerca de 10 milhões de pessoas em 96% dos municípios brasileiros. O governo Bolsonaro praticamente acabou com o programa.