O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso na tarde desta quarta-feira (5), em São Paulo, durante coletiva de imprensa da Coligação Brasil da Esperança, na qual participaram além do candidato à vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diversos governadores e senadores aliados, em exercício ou recém eleitos.
“Gosto de comício, de passeata. Acho que numa campanha a gente tem que olhar no olho das pessoas, ver a reação delas em cada palavra que a gente fala. Nós vamos fazer debates também, mas eu quero, principalmente, ir pra rua conversar com o povo,” disse o ex-presidente enquanto fazia um balanço da campanha e projetava das diretrizes para o segundo turno.
Lula ainda reafirmou todas as propostas que pudemos ver ao longo da campanha, em que busca “reconstruir o país” e discursou sobre as bases do federalismo brasileiro, prometendo muito mais atenção e diálogo a estados e municípios do que o oferecido durante os últimos quatro anos.
“É na cidade que estão os problemas da vida real do povo. Nunca antes um presidente tratou tão bem os prefeitos como eu tratei. Criamos um gabinete para atender prefeitos, ajudar a montar projetos para pedir investimentos. Os prefeitos foram tratados com decência e respeito”, afirmou.
O ex-presidente ainda exaltou os recentes apoios recebidos pelo PDT, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e por Simone Tebet, terceira colocada nas eleições do último domingo.
“A Simone Tebet (MDB) lançou um bom manifesto, com 5 propostas para colocarmos no programa de governo. Acho muito importante que as coisas sejam construídas assim. Não é um apoio formal, é um apoio programático”, afirmou o ex-presidente durante seu discurso, sinalizando abertura para futuros aliados.
Lula se mostrou confiante com uma vitória em segundo e fez votos com seus aliados de vencer em estados como São Paulo e Rio de Janeiro onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve melhor votação no último domingo e prometeu reconstruir o país: “Juntos vamos recuperar esse país. Contem comigo”.
Leia a seguir o discurso do ex-presidente Lula (PT) na íntegra
Feliz o candidato que tem a quantidade de companheiros que eu tenho nessa reunião aqui. Obrigado pelo que vocês já fizeram e quando vocês fizerem mais, eu vou agradecer mais. Quero dizer pra vocês que todo mundo aqui já fez caldo de cana e garapa uma vez. Todo mundo já fez suco de laranja. A gente espremendo sempre tem um pouco mais. Então veja, eu acho que é possível e tenho certeza que nós vamos ganhar as eleições em São Paulo. Nós vamos repetir a vitória em Minas Gerais. Nós vamos ganhar no Rio de Janeiro.
E a gente vai em estados que teoricamente são difíceis mas a gente vai pro Rio Grande do Sul. Nós temos muita coisa pra buscar no Rio Grande do Sul. Nós tivemos um companheiro candidato que ninguém acreditava e ele quase que empatou com o candidato Do PSDB. Ou seja, ele chegou a ter vinte e seis por cento dos votos. Existe Santa Catarina, onde nós fomos pro segundo turno. Era impensável imaginar que em Santa Catarina a gente tivesse alguma chance porque a gente lia na imprensa que Santa Catarina era o estado mais bolsonarista. Teve até um senador que disse, “Lula não vem aqui que aqui todo mundo é Bolsonaro”. Pois nós conseguimos ir pro segundo turno lá. E eu pretendo fazer outro comício, como foi o maior comício da história de Santa Catarina que nós fizemos e vamos repetir.
Eu quero dizer pra vocês que eu gosto de comício, gosto de passeata, gosto de carreata, eu sinceramente acho a gente tem que olhar no olho das pessoas. A gente tem que sentir o bater no coração das pessoas. A gente tem que ver a manifestação, a reação das pessoas em cada palavra que a gente fala. Eu sei que vai ter debate, eu não sei ainda se já está organizado. Mas eu não vou fazer mais debate do que o necessário.
Eu posso fazer um ou dois debate mas eu quero ir pra rua conversar com esse povo. É preciso não só conversá-lo mas prepará-lo porque a gente vai ganhar e a gente sabe das dificuldades que a gente vai ter de recuperar. O espírito civilizatório desse povo. A capacidade de exercício da democracia e recuperar companheiros governadores o ente federalismo. Eu tenho dito que se ganhando as eleições na primeira semana eu quero convocar uma reunião de governadores eleitos para que a gente discuta a relação entre os entes federados.
E depois convocar uma dos prefeitos porque não é possível imaginar um presidente governar o país sem conversar com governadores e sem estabelecer convênios e padrões de relacionamento com os governadores. É preciso conversar também com o prefeito porque é na cidade que está o problema da educação, é na cidade que está o problema da saúde, é na cidade que está o problema de transporte, é na cidade que está o problema da fome. Então é lá que nós temos que conversar com quem foi eleito pra assumir a responsabilidade de governar. E falo de coração. Nunca antes na história do Brasil um presidente tratou os prefeitos como eu tratei quando eu fui presidente da República.
A gente tinha vontade de fazer obra, mas pra nós que queremos fazer obra grande é muito importante o prefeito fazer uma obrinha que custa um milhão de reais. Uma obrinha que custa quinhentos mil reais. Às vezes aquilo numa cidade vale muito mais do que um viaduto numa cidade grande. E aí eu aprendi com a companheira Miriam Belchior (PT) que foi Secretária de Planejamento em Santo André que os governantes precisam aprender a gostar, a respeitar e a inaugurar obras pequenas, porque elas valem tanto quanto as obras grandes. Às vezes o povo se utiliza mais delas do que das grandes. Um aeroporto não é todo mundo que vai.
É uma parte da sociedade, não? Muitas coisas que você faz é pra uma pequena parte da sociedade. Uma grande rodovia é muito importante pra quem tem carro. E pro povo que anda a pé? Será que um asfalto na rua que ele mora não é melhor? Não é imprescindível? Então é isso eu quero estabelecer com os prefeitos. Ou seja, os prefeitos vão participar ativamente da política de governança que nós pretendemos fazer. Não sei se vocês se lembram quem foi governador quando nós lançamos o PAC dia 27 de fevereiro de 2007. O PAC foi um pensamento nosso mas foi uma construção com todos os governadores do Brasil. Adversários foram chamados pra dizer quais eram as obras que achavam era importante, qual era a ferrovia importante. Porque quando você ganha as eleições pra presidente, você não ganha um mandato de dono do Brasil, você ganha na verdade quase que o papel de síndico. Você tem que administrar não os seus interesses, os interesses da sociedade. Da mesma forma que os governadores eleitos representam os interesses da sociedade do estado dele e o prefeito da cidade. E a gente vai tratar isso com muito carinho e com com muito respeito porque é isso que o povo está precisando.
Bem, eu estava agradecendo ao Lupi que veio aqui em nome do PDT anunciar o apoio que foi um apoio aprovado por unanimidade, por toda a direção do PDT. Eu fiquei muito feliz, e estava lembrando quando eu fui na avenida Atlântica pedir o apoio do Brizola em 1989. Foi a coisa mais difícil que eu fiz na vida.
Primeiro porque eu jamais imaginei que eu pudesse ir pro segundo turno e o Brizola não. Segundo, quando eu cheguei na avenida Atlântica tinha um monte de gente xingando eu e a Benedita da Silva, que foi comigo. E terceiro, o Brizola me fez uma proposta de renunciar e falou pra mim: “ô Lula acho que é importante você renunciar, eu renunciar e a gente apoiar o Mário Covas que foi o quarto colocado”.
Eu respondi: “Não estou falando de pesquisa. Tive 500 mil votos é mais do que você, pô. Se o povo quisesse o Mário Covas tinha votado no Mário Covas”. É como em 2018 o Ciro querendo que o Haddad renunciasse pra ele ser o candidato no segundo turno. Quem quer ir pro segundo turno tem que passar pelo primeiro. Não tem alternativa. Não tem como cortar caminho. A pessoa precisa disputar as eleições.
Fiquei muito feliz com o apoio do PDT e a companheira Simone Tebet (MDB) acaba de lançar o manifesto dela, é um manifesto bom, um manifesto que faz as críticas que ela fez durante a campanha e apresenta cinco propostas para serem colocadas no programa de governo e eu achomuito importante que seja assim. Não é um apoio formal. É um apoio programático. E ela quer continuar na rua defendendo as coisas dela. Ela me disse que não sabe o que vai fazer, ou o futuro da vida dela.
Eu respondi “Simone em 1978 eu disse que era meu último mandato no sindicato e achava que era sabedoria plena. Eu não gosto de política e não gosto de quem gosta de política, me dizia, e achava que era o máximo. Dois meses depois eu estava na rua fazendo campanha pro Fernando Henrique Cardoso que era candidato na sub-legenda contra o Franco Montoro aqui em São Paulo”. E hoje eu fiquei feliz, além do apoio do Lupi, além do apoio da Simone, vi algumas fotografias aqui que devem ter sido publicada pelo Fernando Henrique Cardoso, ou alguém muito ligado a ele, fotografias da nossa relação, o Fernando Henrique Cardoso participou na reunião de fundação do PT.
Depois eu fiz uma reunião com noventa deputados para tentar levar todo mundo lá em São Bernardo do Campo pra criar um partido ali. O FHC queria que eu mudasse o nome do PT, e eu não aceitei mudar. Mas eu vi a fotografia do Fernando Henrique Cardoso e fiquei emocionado porque foi o Fernando Henrique Cardoso que foi pedir voto pra mim. Eu era presidente do sindicato quando ele se colocou como candidato e reuni os sindicalistas chamados progressistas que tinha naquele tempo, o Arnaldo que era presidente do sindicato de Santos, eu, o Alemãozinho lá em São Paulo, e nós fomos atrás do Fernando Henrique Cardoso.
(…) Eu queria lembrar vocês que a gente não pode medir as pessoas e o valor das pessoas se ganhou uma eleição ou se perdeu uma eleição. Tem gente que perde e é grande. E tem gente que ganha e é pequeno. Toda a minha vida política começou quando eu perdi. Em 1979 nós fizemos uma grande greve. Nós ganhamos quase tudo que a gente reivindicou. E eu saí do estádio da Vila Euclides sendo chamado de traidor pelos trabalhadores. Os trabalhadores não queriam aprovar uma proposta que era boa e pra ele não aprontar a proposta eu pedi pra me darem um voto de confiança e eles aprovaram o voto de confiança que eu pedi mas todos saíram me xingando de traidor. Em 1980 nós fizemos uma greve maior e perdemos tudo, inclusive mais de quinze mil empregos. E eu ganhei politicamente o que eu jamais imaginei ganhar. Foi a partir daquela derrota que os trabalhadores tiveram de consciência do acerto de 1979 e começaram a valorizar o nosso trabalho. E aí surgiu o chamado Novo Sindicalismo Brasileiro. que resultou na criação de muitas coisas, inclusive na luta pela democracia.
Eu toda vez que eu estou num comício, eu fico olhando a cara do povo. Tem gente que fala sem olhar pro povo, tem gente que fala olhando pra cima, tem gente que talvez não goste de encarar as pessoas. Eu não consigo falar. Se eu não estiver vendo o comportamento das pessoas. Se tem uma pessoa que não está gostando eu tento mudar pra agradá-la. Se tem uma pessoa que está gostando, vou me esforçar pra agradá-la ainda mais. E eu fico imaginando o que que aquele povo deseja.
Se a gente passasse um papelzinho aqui pra todos vocês quando a gente fala “democracia” e não explica o que é democracia. Pro povo as palavras são mais difíceis de entender do que entre nós. Quando a gente fala que a gente está defendendo democracia a gente está defendendo ‘liberdade política’. Mas a gente está defendendo sobretudo o direito desse cara comer. O direito desse cara é estudar. O direito desse cara morar. Sabe? A gente tem que dizer pra ele que ele tem o direitos e que não basta estar.
Num artigo da Constituição tem regulamentação. A gente não quer só gritar que quer comer, a gente quer comer de verdade. A gente não quer só saber gritar que a gente tem direito a casa. A gente quer casa de verdade. O povo pobre gosta de coisa boa. Tem gente que acha que o povo pobre não gosta de coisa boa. Vamos dar carne de segunda, vamos colocar a roupa, como é que fala? Aquela roupa que fica assim no canto, aquela que tem um estragozinho que o povo quer comprar. Nada disso, gente.
Quando era metalúrgico, eu não tinha muito dinheiro mas eu adorava me vestir bem. Uma garota quando olhava pra mim ela me olhava melhor se eu tivesse bem vestido, se eu tivesse chique. Se eu tivesse maltrapilho, ela olhar e ver um coitadinho e pensar: ‘eu não vou dar bola pra ele’.
Eu quero é construir esse Brasil bom que o povo precisa. O povo não quer muito. O povo só quer o que está na Constituição já desde que nós a fizemos. Nós garantimos no capítulo cinco tudo que o povo tem direito e até hoje muita coisa não foi regulamentada inclusive o trabalho igual e salário igual da mulher. Não existe razão para essas coisas não acontecerem.
Como é que pode um Presidente da República passar quatro anos sem reajustar o salário mínimo? Qual é a lógica? Qual é a lógica de passar quatro anos sem reajustar a merenda escolar? Não existe lógica, gente. Você faz teste de gasto pra quê? Pra garantir que os banqueiros recebam o que lhe é devido e pra cortar os benefícios do povo, é isso? Então eu quero que vocês saibam que eu vou voltar com a disposição de trabalhar mais e fazer mais. No meu tempo de presidente o trabalhador não apresentava mais documento pra se aposentar. A gente inverteu a lógica. Era a previdência que mandava uma carta pro trabalhador.
Uma mulher gestante quando ela ia dar a luz no hospital recebia o salário, o pré-natal dela, quase que junto com a criança. A gente primeiro esperava ela beijar a criança pra depois falar ‘está aqui seu dinheiro, você tem direito’. Hoje as pessoas estão ficando com os quatro anos na fila pra receber uma aposentadoria e têm quatro milhões de pessoas esperando pra fazer uma perícia médica. O cara ficava esperando e não tinha médico porque naquele tempo resolveram privatizar os peritos da previdência. Nós contratamos os peritos pra presidência, criamos um call center com o número 135 e a partir dali as pessoas se aposentavam, as pessoas conseguiam a perícia em cinco dias.
Aqui em São Paulo tinha programa de rádio só pra ir cobrir fila no INSS de manhã. Fila era programa. Tinha gente que fazia daquela fila uma profissão. Tinha gente que levantava duas horas da manhã ia pra fila pra guardar lugar. Quando você chegava o cara falava: ‘Quer me dar uns dez pila aí eu te dou o meu lugar?”. A gente provou que era possível mudar esse país gente. E a gente mudou. O povo mais jovem não se lembra e a direita não tem nenhum interesse de dizer as coisas que a gente fez.
De vez em quando as pessoas falam: “Lula você tem que falar novo tem que ter um discurso novo”. E eu fico pensando, ‘pô, eu quero um discurso novo’. Eu já fiz discurso aqui, sabe? Falando de química financeira, de novos materiais. Eu também aprendo a falar as coisas. Mas o povo ainda quer comer. O povo quer emprego. O povo quer trabalhar. É pro povo quer as coisas que eles sempre quiseram nesse país e que nunca teviram. Como é que se explica? O Estado do Mato Grosso tem trinta milhões de cabeça de gado, três milhões e meio de habitantes e uma mulher fica na fila do açougue pra pegar um osso?Como é que se explica?
Não tem explicação gente é porque é falta de responsabilidade de quem governa que não garante isso. Nós vamos ter que voltar a fazer o Minha Casa Minha Vida. Nós vamos inovar, o BNDES vai voltar a colocar dinheiro para fazer a economia funcionar. Nós não queremos que o BNDES fique emprestando só dinheiro pras grandes empresas. Emprestar pra pequena e média empresa e pra empreendedor individual. A pessoa que quer fazer uma oficina de consertar bicicleta, de motocicleta, uma pequena padaria de fazer pão, um pequeno instituto de beleza, ela tem que ter um lugar onde ela pega o dinheiro emprestado. “Ah, vai dar o calote”, quem vai dar o calote de quem é a dívida de um trilhão e setecentos bilhões que o estado tem. E ela não é do pobre.
Mas eu vou criar um um fundo garantidor pra gente poder financiar essa gente. Nós temos que fazer coisas diferentes. É pra isso que eu quero voltar a ser presidente. Só tem sentido eu voltar se for pra fazer mais do que eu fiz. Eu sei que não é fácil. Mas com a relação que eu tenho com vocês, com a relação de amizade que eu gosto de construir, eu tenho certeza que a gente vai conseguir dar a volta por cima.
Eu não tenho problema com o agronegócio. Eles é que tem comigo. Eu não tenho problema porque eu tenho consciência. A Katia Abreu foi ministra inclusive sabe que no período da Dilma nunca faltou financiamento Eu lembro sempre a medida provisória 452 de 2008 que resolveu a securitização de uma dívida de 85 bilhões de reais em que eles estariam quebrados até hoje se a gente não fizesse aquilo. Ninguém nunca me agradeceu. Então eu pergunto pra pessoa, me diga por que que esse cara é contra o Lula? Por que que esse cara não gosta da Dilma? É por outra razão. Talvez porque a gente não facilitasse a compra de arma. Não é por falta nem de financiamento. No nosso tempo de governo comprava-se uma colheitadeira pagando 2% de juro ao ano. Hoje paga 14%, 18%. É, então por que que é contra? Por que que é contra? Não há sentido. Deve ser um problema eminentemente ideológico.
Sabe quem é que abriu o mercado? Quantas viagens eu fiz levando todo mundo debaixo do braço? Levava o etanol, levava o biodiesel, levava carro verde ou levava tudo embaixo do braço pra vender. Cansei de fazer embaixador chorar embaixada em reunião de embaixadores tentando ouvir coisas, vender as coisas do Brasil e vender sobretudo agricultura. Eu não faço parte daqueles que se acham modernos e dizem que que exportar commodities é um atraso e que o bom é exportar produto industrial. Nós temos que saber cada tecnologia que tem num grão de soja hoje. Nós temos que valorizar o que é energia. Aí a engenharia genética fez no campo. Um frango que a gente demorava 90 dias pra comer e hoje se espera 35. Um boi que era 48 meses hoje se mata em 15 ou 18 meses. Isso é evolução. É engenharia genética é tecnologia.
A gente quer continuar exportando pra tudo quanto é lugar. Exportar soja, milho, algodão, feijão, arroz, tudo que a gente puder. Mas a gente quer exportar outras coisas também. A gente quer ter uma indústria forte e competitiva. Pra isso nós temos que investir em coisa que nós não investimos. Eu acabei com a história que investir em educação é gasto, que não pode mais fazer universidade. Esses dias me fizeram uma crítica por conta do FIES. O FIES vai voltar. Vai voltar e ainda vão financiar.
Porque é a oportunidade que a gente tem que dar. A meninada de estudar, de fazer o financiamento e a gente dizia no FIES que se a pessoa se formar e for prestar serviço público essa pessoa não precisa pagar a dívida. Ela vai pagar a dívida depois que ela se formar quatro anos depois. A gente tem como cobrar. Não financiar é não acreditar que o povo brasileiro é honesto, é decente. A gente não pode partir do pressuposto que todo mundo é caloteiro. A gente tem que ter em mente que todo mundo é honesto até que provem o contrário. Então companheiros, eu não sei se a imprensa tem a dimensão do valor dessa reunião aqui.
Eu quero que vocês saibam que nós vamos ganhar no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em São Paulo e vamos lá pro Rio Grande do Sul e pra Santa Catarina fazer com que política volte. Vamos pro Paraná. Nós temos que falar com o povo do Paraná porque lá também tem gente passando fome, tem gente desempregada. E sobretudo eu quero agradecer ao meu Nordeste. E eu falo do nordeste a começar por Pernambuco, o Estado mais revolucionário do Brasil.
(…) Pense num homem de 76 anos apaixonado. Com energia de 33 anos de vida, pode acreditar. É com essa força de vontade que eu vou ganhar as eleições. E junto com vocês vamos recuperar esse país. Obrigado meus queridos companheiros. Obrigado por tudo. E contem comigo.