A ação bolsonarista para prejudicar o processo eleitoral teve mais um capítulo neste domingo (30). Lideranças indígenas do Parque Indígena Xingu, em Mato Grosso, denunciaram que não conseguiram votar por falta de transporte.
“Neste momento, 124 eleitores indígenas do município de Querência (MT) estão voltando para a suas aldeias por motivo que o pessoal do cartório eleitoral de Querência não mandou o ônibus para buscar os eleitores aqui na aldeia”, declarou o líder indígena, Iaap Kaiabi, em entrevista ao Globo. Na verdade, o número de indígenas é bem maior.
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O prefeito de Querência é empresário do agronegócio. Fernando Gorgen é do União Brasil e apoiador de Jair Bolsonaro (PL). Ele, inclusive, usa, em seu perfil no Instagram, uma foto ao lado do atual presidente.
A presidenta da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX), Ianukula Kaiabi Suia, havia encaminhado ofício, na terça-feira (25), ao chefe de cartório da 53ª da Zona Eleitoral de Querência, Tiago Cunha, solicitando garantias sobre o transporte de eleitores no segundo turno.
“Solicitamos que referido órgão garanta transporte coletivo aos eleitores indígenas que votam na circunscrição desse município, independentemente dos eventos diversos que possam vir”, diz trecho do ofício enviado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso, de acordo com o Globo.
“Um dos municípios que têm a maior população indígena do Xingu, que é Querência, está dizendo que não vai buscar o pessoal, não”, ressaltou a liderança indígena Watatakalu Yawalapiti.
TRE do Mato Grosso alega problemas com a chuva
Bruno Marques, juiz auxiliar da presidência do TRE-MT, alegou que as chuvas atrapalharam o transporte.
“Por problemas de chuva que complicaram as estradas, os ônibus atrasaram, mas estão todos a caminho. Já estão chegando e as rotas estão sendo obedecidas. Há um total de 19 ônibus para a região de Querência, que atrasaram por questões climáticas e saíram hoje cedo com atraso, e com tratores para abrir a estrada se for preciso. Dois já estão chegando na aldeia Kalapalo”, afirmou.