ELEIÇÕES 2022

Agente com Tarcísio em Paraisópolis estava com Bolsonaro no dia da facada

O segundo agente identificado nas imagens do cinegrafista também fez a escolta de Lula quando estava preso em Curitiba e foi ao velório de seu neto

Paraisópolis: Agente que fazia a segurança de Bolsonaro na facada e de Lula no enterro do neto estava com Tarcísio.Créditos: Reprodução/ redes sociais
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Em entrevista ao jornal da Cultura desta quinta-feira (28), o cinegrafista que trabalhava na Jovem Pan e registrou as imagens do tiroteio em Paraisópolis que interromperam as atividades do candidato ao governo de São Paulo revelou que, além do ex-agente da Agência Brasileira de inteligência (Abin) Fabrício Paiva, havia outro servidor da Agência no momento da confusão: o policial federal Danilo Cesar Campetti. 

 

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De acordo com o cinegrafista, Danilo Cesar Campetti também se apresentou como assessor de Tarcísio de Freitas. "O agente federal que até então se identificava como assessor do Tarcísio, é o policial federal Campetti", revela ao jornal da Cultura o cinegrafista.  

Horas após o ocorrido em Paraisópolis, Campetti publicou uma reportagem da Jovem Pan em suas redes. 

A revelação de que Campetti estava presente no momento do tiroteio em Paraisópolis traz mais interregoções para esse caso, pois, Campetti participou da segurança do então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, em 2018. 

Além disso, Campetti estava em Juiz de Fora (MG) quando Bolsonaro levou uma facada de Adélio Bispo dos Santos.  Após a eleição de Bolsonaro à presidência da República, Campetti foi contratado pela Abin.   

O policial federal Danilo Cesar Campetti também fez parte da escolta do ex-presidente Lula quando estava preso em Curitiba e pôde sair para acompanhar o velório de seu neto, Arthur Lula da Silva, morto em 2019.  

Em nota, a Agência declarou que há apenas um servidor licenciado para trabalhar em campanha, mas, como mostram as cenas feitas pelo cinegrafista, é possível ver Campetti na hora da confusão em Paraisópolis.

 

 

Tarcísio de Freitas se pronuncia sobre o caso Paraisópolis 

 

O candidato Tarcísio de Freitas publicou nesta sexta-feira (28) um longo vídeo com um longo depoimento sobre o caso Paraisópolis.  Na publicação, Freitas diz que é “vítima de fake News” e que deseja “estabelecer a verdade”.  

Sem mencionar o nome de Felipe Silva, o jovem que foi morto em Paraisópolis, Freitas o chama de "criminoso". "Um criminoso foi baleado e acabou morrendo", diz Freitas. 

Na publicação, o candidato do Republicanos confirma a presença de Fabricio Cardoso Paiva e afirma que ele não está na Abin desde 2019 e que eles são amigos de longa data. No entanto, o candidato não menciona a presença de Danilo Campetti em sua equipe. 

A identidade do cinegrafista é exposta pela campanha de Tarcísio. Além de expor o cinegrafista, Freitas afirma que o encontrou no dia seguinte nos estúdios da Jovem Pan e que o profissional o agradeceu novamente e que lhe disse que toda a sua família iria votar nele. 

Sobre o fato de Fabrício Paiva ter pedido para o cinegrafista apagar partes do vídeo, Tarcísio de Freitas repetiu a mesma tese que apresentou na noite desta quinta-feira (27) durante o debate da Globo. Quando questionado por Fernando Haddad (PT) sobre o ocorrido em Paraisópolis, Freitas afirmou que o objetivo de apagar partes das filmagens não era de ocultar provas, mas sim de "proteger identidades".  

 

Quem matou Felipe Silva, de Paraisópolis?

 


Passados 11 dias do assassinato ocorrido em Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, durante agenda de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao governo de São Paulo, a principal pergunta segue sem resposta: afinal, quem assassinou a tiros Felipe Silva e Lima, de 27 anos?

Falando apenas dois dias para as eleições, nem o governo de São Paulo, comandado pelo neobolsonarista Rodrigo Garcia (PSDB), nem os órgãos de investigação federais e tampouco Tarcísio souberam responder quem puxou o gatilho e disparou contra o rapaz, que estava desarmado.

Indagado por Fernando Haddad (PT) sobre o tema no debate na noite desta quinta-feira (27), Tarcísio voltou a mentir, se colocando como "vítima" da ação de criminosos.

No entanto, a tese propalada pelo candidato de Bolsonaro contraria até mesmo a polícia e a própria Secretaria de Segurança Pública do Estado, comandada pelo general João Camilo Pires de Campos.

Tarcísio ainda afirmou que o assessor mandou o cinegrafista Marcos Andrade, da Jovem Pan, apagar as mensagens para "proteger" a vida das pessoas que apareciam no vídeo, em uma confissão pública de que houve destruição de provas e evidências que poderiam esclarecer, prontamente, quem foi que assassinou Felipe a tiros.

"O que nós suspeitamos é que os policiais ligados à campanha do candidato executaram uma pessoa, cometeram um assassinato, e depois inventaram um suposto atentado para criar um factoide político eleitoral. É o que teria ocorrido nesse caso", disse o advogado Ariel de Castro Alves, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais.