ELEIÇÕES 2022

Jefferson volta a atacar Cármen Lúcia e pede “desculpas às prostitutas pela comparação”

Trechos do depoimento do bolsonarista na audiência de custódia revelam, também, novas investidas contra Alexandre de Moraes: “Montou uma Gestapo no seu gabinete”

Roberto Jefferson está preso em Bangu 8.Créditos: Reprodução/Propaganda Eleitoral
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Preso desde domingo (23), o ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson voltou a atacar ministros do Supremo Tribuna Federal (STF) que integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente do PTB disparou 50 tiros e arremessou três granadas contra agentes da Polícia Federal que foram prendê-lo.

Na audiência de custódia, realizada nesta segunda-feira (24), Jefferson reforçou as várias ofensas à ministra Cármen Lúcia, a quem comparou a uma “bruxa”, em vídeo divulgado nas redes, além de chamá-la de “prostituta arrombada”.

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“Fiz um comentário mais duro contra o voto escandaloso da ministra Cármen Lúcia. Quero pedir desculpas às prostitutas pela má comparação, porque o papel dela foi muito pior, porque ela fez muito pior, com objetivos ideológicos, políticos. As outras fazem por necessidade”, declarou Jefferson, segundo reportagem de Paulo Roberto Netto, no UOL.

A ira do aliado de Jair Bolsonaro (PL) foi motivada pelo voto de Cármen no caso da punição à Jovem Pan, que tem abusado de declarações e imputações falsas a Lula (PT) em seus programas jornalísticos, o que tem feito o petista pedir uma série de direitos de resposta contra a emissora.

Por isso, ele proferiu as seguintes ofensas contra a ministra: “Eu tô indignado, fui rever o voto da bruxa de Blair, da Cármen ‘Lúcifer’, na censura prévia à Jovem Pan, olhei de novo, não dá pra acreditar... Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas, arrombadas, né? Que aí viram pro cara e dizem ‘Ih, benzinho, no rabinho? Nunca dei o rabinho, é a primeira vez’... Ela fez pela primeira vez, ela abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez... Ela diz assim, ‘é inconstitucional censura prévia, é contra a súmula do Supremo, mas é só dessa vez, benzinho’... Bruxa de Blair, é podre por dentro e horrorosa por fora, é uma bruxa, uma bruxa... Se puser um chapéu bicudo e uma vassoura na mão, ela voa... Deus me livre dessa mulher que tá aí nessa latrina que é o Tribunal Superior Eleitoral”, disparou.

Jefferson diz ter “absoluto desprezo” por Alexandre de Moraes

O ex-deputado também atacou Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do TSE, a quem afirmou ter “absoluto desprezo”.

“Ele [Moraes] diz que eu faço parte de uma milícia digital, mas eu acho que ele faz parte de uma milícia judicial no STF, por isso nós temos problemas. Por três vezes, o ministro Alexandre me humilhou na frente da minha esposa. Os policiais vão no quarto e na gaveta das roupas íntimas da minha mulher e as jogam no chão e pisam nas roupas como se pisassem na minha virilidade”, declarou.

O ex-parlamentar também investiu contra a Procuradoria-Geral da República (PGR). A equipe de Augusto Aras pensa em encaminhar Jefferson a uma instituição psiquiátrica.

“Ele [Moraes] me humilhou e humilhou a minha Ana. A mesma fibra ele tem, como eu tenho, a audácia dos canalhas. Só que nós precisamos nos encontrar pessoalmente para discutir isso, se o Procurador não conseguir me colocar num manicômio, para encobrir os atos ilegais do Xandão. Pensei que a PGR tinha mais dignidade”, afirmou.

“O ministro Alexandre montou uma delegacia de polícia e uma Gestapo no seu gabinete. A PGR só protesta por escrito. Só vejo no jornal, mas a Procuradoria só aprova. A ditadura da toga está aí e eu não tenho a quem recorrer. Só a Deus. Tudo que eu peço no STF, cai com o Xandão. Estou sendo massacrado e agora ouço a pérola da PGR para me mandar para o hospital psiquiátrico. Tem gente no judiciário que precisa ir para o manicômio”, acrescentou o ex-deputado.

Jefferson foi mantido preso e, por volta das 20 horas desta segunda, foi transferido para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, segundo informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).