EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL

“Pintou um clima”: Manifesto é lançado por Janja, deputados e senadores

Texto, que versa sobre “dignidade da infância e em repúdio a ações e omissões de autoridade pública diante de violações de direitos” pede responsabilização de Bolsonaro no escabroso caso relacionado a meninas venezuelanas

Créditos: Twitter/Reprodução
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Um ato realizado na PUC-SP, nesta segunda-feira (24), com a participação de deputados, senadores e outras personalidades lançou um documento intitulado “Manifesto pela dignidade da infância e em repúdio a ações e omissões de autoridade pública diante de violações de direitos”, que na prática se configura como um pedido formal de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por conta do episódio em que ele afirmou ter presenciado meninas “de 14 e 15” se prostituindo na comunidade São Sebastião, no Distrito Federal, e que então, ao olhá-las, teria “pintado um clima”, o que o levou a perguntar se ele poderia “ir até a casa delas”.

Estiveram presentes no lançamento a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa do ex-presidente Lula (PT), os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP), Maria do Rosário (PT-RS), Tabata Amaral (PSB-SP) e os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A presença da apresentadora Xuxa chegou a ser confirmada pela organização, mas ela não pôde comparecer ao ato.

“Desmentido que as meninas estivessem em condição de exploração sexual, fica claro que foi o Sr. Jair Bolsonaro quem tratou as meninas de forma sexualizada. Neste caso, independentemente do que aconteceu no local e data da tal visita de moto, o que deve ser rigorosamente investigado, ele expôs à condição vexatória e degradante meninas com 14 ou 15 anos. Por este tratamento, já fere o Estatuto da Criança e Adolescente e outras normas legais brasileiras”, diz um trecho do manifesto, lido pelos presentes.

Os participantes e signatários do documento pediram ainda que as autoridades competentes sejam pressionadas para que Bolsonaro seja responsabilizado pelo que disse em relação à sua conduta com as menores estrangeiras.

“É inaceitável a postura do presidente da República e seus apoiadores(as) próximos(as) que violam a Doutrina de Proteção Integral e promovem uma verdadeira banalização da violência contra crianças e adolescentes, inclusive procurando-as para pressioná-las. Por isso, exigimos a imediata investigação e responsabilização”, consta ainda escrito no manifesto.