O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou nesta quarta-feira (19) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá direito a 184 inserções de 30 segundos durante os programas de Jair Bolsonaro (PL) no horário eleitoral gratuito para se defender da narrativa que o associa ao crime organizado veiculada pela campanha do atual presidente.
No vídeo de Bolsonaro há um trecho de cerca de 30 segundos em que a tese é defendida mostrando dados de votações em unidades prisionais. O programa diz, pela voz do seu locutor, que Lula seria “escolhido pelos criminosos” do Brasil uma vez que teria 98% dos votos no presídio de Tremembé em São Paulo, além de 90% dos votos de presos da Paraíba.
Para a ministra Maria Cláudia Bucchianeri, do TSE, o conteúdo veiculado por Bolsonaro foi considerado como desinformação. Ela ainda defendeu que o Judiciário interfira o mínimo possível, mas nesse caso, Bucchianeri considerou que a informação trazida pela campanha entra em contradição com a atuação do próprio Judiciário, além de descontextualizar os fatos que levaram à anulação dos processos contra Lula. A desinformação foi veiculada em 164 inserções.
Em um segundo processo, a ministra usou de argumentação semelhante para dar ganho de causa a Lula contra as 20 inserções em que a campanha de Bolsonaro chama o ex-presidente de “ladrão” e “corrupto”.
Ao todo, Lula terá direito a 184 inserções durante o programa de Bolsonaro no horário eleitoral gratuito, também de 30 segundos, para se defender. O direito de resposta será exibido em todas as inserções do atual presidente até a quinta-feira da semana que vem.