ELEIÇÕES 2022

Dominado por Bolsonaro, Cade determina investigação contra institutos de pesquisa

Presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica determinou ao superintendente-geral do órgão federal que invista contra essas empresas, dizendo haver “erros evidenciados pelas urnas"

Créditos: Governo Federal
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O aparelhamento de toda a estrutura de estado do governo federal implantada por Jair Bolsonaro (PL) chegou a um ponto tão profundo que, nesta quinta-feira (13), o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro Macedo, determinou ao superintendente do órgão, Alexandre Barreto, que abra uma investigação contra o “Datafolha, Ipec, Ipespe, entre outros” institutos de pesquisa, por conta das diferenças de resultado das sondagens realizadas no primeiro turno das eleições em relação ao resultado real das urnas.

Vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Cade tem a função de zelar pelas boas práticas nas atividades econômicas, mantendo uma concorrência justa e regulando as atividades dos grupos empresariais que dominam determinados segmentos. É a primeira vez que se tem notícia da utilização desta autarquia federal para emparedar institutos de pesquisas, só porque eles trazem números desfavoráveis ao atual ocupante do Palácio do Planalto e seus correligionários.

Usando um material compilado pela CNN Brasil, que mostra as diferenças entre os resultados de cada instituto em vários cargos que estavam em disputa em relação aos resultados das urnas apuradas em 2 de outubro, o presidente do Cade determina que seu subordinado inicie uma investigação por suspeita de que essas empresas possam “infringido a legislação concorrencial, possivelmente cometendo infração à ordem econômica”.

Em sua argumentação contida na correspondência direcionada ao superintendente-geral do Cada, Cordeiro Macedo diz que “erros foram evidenciados pelos resultados das urnas apuradas, quando se constatou que as pesquisas de diferentes institutos de pesquisa, tais como o Datafolha, Ipec, Ipespe, dentre outros, erraram, para além das margens de erro, nas pontuações em relação a alguns dos candidatos”.