A nota emitida pelo presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, na noite deste sábado (8) gerou forte repercussão no meio político.
No texto assinado por Torres, o presidente da Anvisa desafia Bolsonaro apresentar qualquer tipo de prova ou indício de que ele e sua equipe tenha cometido algum ato desonesto frente à Agência.
Além disso, Torres, em um duro texto, insinua que o presidente da República está envolvido com escândalos de corrupção.
"Vou morrer sem conhecer riqueza Senhor Presidente. Mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso, à frente da Anvisa. Prezo muito os valores morais que meu pais praticaram e que pelo exemplo deles eu pude somar ao meu caráter”, diz Torres.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) usou as redes sociais para comentar a carta emitida Torres. Para Pimenta, trata-se da maior humilhação que um presidente em exercício já sofreu no Brasil.
"Essa nota do Barra Torres é a maior humilhação sofrida por um presidente da República, no exercício do cargo, na história política do Brasil. O comandante em chefe das Forças Armadas, Capitão Cloroquina, foi chamado de corrupto, ladrão, covarde, sem caráter, falso cristão, etc", escreveu Pimenta.
Presidente da Anvisa rebate Bolsonaro
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, emitiu uma nota onde rebate as críticas do presidente Bolsonaro sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19.
Na última quinta-feira (6), durante uma entrevista para o canal de TV Nova Nordeste, o presidente Bolsonaro questionou os interesses da Anvisa em aprovar a vacinação infantil contra a Covid.
“Você vai vacinar o teu filho contra a algo que o jovem por si só, uma vez pegando o vírus, a possibilidade dele morrer é quase zero? O que que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual o interesse das pessoas taradas por vacina?”, questionou Bolsonaro.
Em nota, Barra Torres desafiou o presidente Bolsonaro a apresentar algum documento que indique que ele tenha cometido algum tipo de corrupção na condução da Anvisa.
“Se o senhor dispões de informações que levantem o menor início de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, Senhor Presidente. Determina imediata investigação policial sobre a minha pessoa aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar”, desafiou Torres.
Após desafiar Bolsonaro, Barra Torres pediu ao ocupante do Palácio do Planalto que “exerça com grandeza o seu cargo”.
“Agora, se o Senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate”, provoca Torres.
Além disso, Torres também mandou uma indireta para Bolsonaro e afirmou que, com cristão, “vai morrer digno” sem se apropriar do que não lhe pertence.
“Vou morrer sem conhecer riqueza Senhor Presidente. Mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso, à frente da Anvisa. Prezo muito os valores morais que meu pais praticaram e que pelo exemplo deles eu pude somar ao meu caráter”, diz Torres.
A íntegra da nota emitida por Barra Torres pode ser conferida aqui.