O presidente Jair Bolsonaro (PL) mentiu nesta segunda-feira (31) ao dizer que "nunca gastou um centavo" de seu cartão corporativo. Apesar do discurso de campanha de que iria cortar gastos e das críticas feitas no passado às despesas da presidência da República, Bolsonaro aumentou consideravelmente os gastos com os cartões.
Segundo levantamento feito pelo jornal "O Globo", entre janeiro de 2019, quando assumiu a presidência, e dezembro de 2021, Bolsonaro gastou com os 29 cartões destinados a cobrir suas despesas pessoais e de sua família R$ 29,6 milhões, valor 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões gastos durante 4 anos entre os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
Na fala de hoje, feita durante o lançamento da pedra fundamental da termelétrica UTE GNA 2, no Rio de Janeiro, Bolsonaro negou, ainda, que seus filhos tenham cartões corporativos.
"Nenhum filho meu tem cartão corporativo. Tenho três cartões corporativos, dois é para viagens, abastecimento de aeronaves... O cartão que eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar Itubaína com Coca-Cola, nunca tirei um centavo. As acusações são as mais absurdas possíveis porque estamos incomodando", afirmou o presidente.
Para se ter uma ideia, somente em dezembro de 2021, quando Bolsonaro tirou férias e foi curtir praias e pescaria, os gastos com cartões corporativos somaram R$ 1,5 milhão, maior valor para um único mês durante os 3 anos de seu mandato.
Ao longo de todo o ano de 2021, foram torrados R$ 11,8 milhões nestes cartões, o que representa o maior valor nos últimos 7 anos. O detalhamento das despesas, apesar de no passado Bolsonaro defender transparência, estão sob sigilo.