Lideranças do PT e do PSB de Pernambuco se reuniram através de videoconferência, nesta quinta-feira (27), para tentar chegar a um acordo sobre aliança entre os dois partidos na disputa pelo governo do estado. Ambas as legendas, junto ao PCdoB, se articulam para formar uma federação partidária e vêm firmando composições nas disputas estaduais.
Após a reunião, o senador Humberto Costa (PT-PE), que teve seu nome aprovado pelo PT pernambucano como pré-candidato ao governo do estado, disse à Fórum que sua pré-candidatura está posta, mas que o governador Paulo Câmara (PSB), que coordenou o encontro, deve apresentar um nome do PSB para sua sucessão até a próxima semana, e que o PT avaliará o apoio ao candidato dos socialistas.
A ideia é que, a partir do nome a ser apresentado pelo PSB, os partidos cheguem a um acordo.
Após reunião entre as legendas na semana passada, a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o PSB terá prioridade na escolha do candidato, apesar de este nome ainda não ter sido definido.
“Em relação a Pernambuco, sempre tivemos compreensão que compete ao PSB a indicação. O nome de Humberto foi colocado pela ausência de candidaturas”, disse a dirigente petista.
Apesar de Humberto Costa manter sua pré-candidatura, o senador disse à Fórum que "o PT não tem interesse me promover um ruptura" na Frente Popular de Pernambuco. "Estamos defendendo nosso nome, legitimamente, junto à Frente Popular. A possibilidade de haver um racha não existe. A proposta não é essa. A proposta é, pelo convencimento, chegar a um nome capaz de levar a frente popular a um resultado melhor possível", pontuou.
"Ficou acertado que na próxima semana fecharíamos essa questão [da candidatura única apoiada por PT e PSB]. PT mantém a indicação do meu nome e PSB deve apresentar um nome, aí nessa reunião vamos decidir e chegar ao nome do consenso. Nesse período vai todo mundo vai trocar ideias", prosseguiu Humberto Costa.
O senador disse ainda à Fórum que, mesmo ainda sem um acordo, o PSB mantém o apoio a candidatura de Lula à presidência. "Se não tivesse isso definido [apoio a Lula], não teria nem essa reunião. É uma condição sine qua non", atestou.
Da parte do PSB, os nomes mais cotados para serem apresentados como candidato são dos deputados federais Danilo Cabral e Tadeu Alencar e o do secretário da Casa Civil de Pernambuco, José Neto.
Participaram da reunião desta quinta-feira (27), além de Humberto Costa, Paulo Câmara e Gleisi Hoffmann, o deputado federal José Guimarães (PT-CE), o deputado estadual Doriel Barros (PT-PE), o ex-secretário de Saneamento Básico do Recife, Oscar Barreto, a deputada estadual Teresa Leitão (PT-PE), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB).
Discussões sobre outros estados
O PSB já decidiu apoiar candidaturas do PT em 4 estados: Bahia (Jaques Wagner), Sergipe (Rogério Carvalho), Piauí (Rafael Fonteles) e Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra). Além disso, a legenda oferecerá palanques ao PT em Alagoas e no Maranhão.
O PT, por sua vez, deve apoiar candidatos do PSB, além de Pernambuco, no Rio de Janeiro (Marcelo Freixo) e Espírito Santo (Renato Casagrande).
O principal impasse entre as duas legendas está em São Paulo. No estado, o PT trabalha com a candidatura de Fernando Haddad, enquanto o PSB quer lançar Márcio França. Nenhuma das siglas sinalizam que pretendem abrir mão da disputa.
Pesquisas de intenção de voto têm mostrado que Geraldo Alckmin (sem partido) lidera a disputa no estado, mas há a expectativa que o ex-tucano abandone a corrida para ser candidato a vice na chapa de Lula (PT) à presidência. Sem Alckmin no páreo, Haddad lidera.
“Paralelo ao esforço de construir a federação, vamos discutir os estados. Vamos marcar uma reunião com São Paulo. O PT entende que a candidatura do Haddad é essencial, o PSB entende que a candidatura do Márcio é importante. Com respeito entre nós, temos que chegar a um denominador comum”, disse Gleisi Hoffmann na última semana, adicionando ainda que pretende envolver o PSOL, que tem Guilherme Boulos como pré-candidato ao governo de São Paulo, nas discussões.
As duas legendas, nas próximas semanas, devem também tentar um acordo para o Rio Grande do Sul, onde o PT trabalha com a pré-candidatura de Edegar Pretto e o PSB a de Beto Albuquerque.