O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) e o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que é coordenador do Grupo Prerrogativas, acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar se houve utilização recursos ilícitos na organização dos atos golpistas realizados no 7 de setembro por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo informações da coluna Painel, da Folha, o deputado e o advogado, ambos filiados ao PT, pedem que essa apuração seja feita dentro do inquérito que apura o uso de recursos públicos em ataques de Bolsonaro às urnas. O responsável pelas investigações é o corregedor-geral do TSE, Luís Felipe Salomão.
A ação aponta que os bolsonaristas foram estimulados "pelo uso de recursos financeiros de fontes diversas, deixando claro com isso que transita pelas mãos dos altos chefes do bolsonarismo quantias elevadas de recursos financeiros (muitas vezes em dinheiro vivo), que estão à margem de qualquer controle ou contabilização oficial e que são, inclusive, utilizados para remunerar apoiadores e eleitores”.
Atos são alvo do MP no TCU
Não são somente os petistas que se mobilizam no TSE para investigar o financiamento dos atos golpistas. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, representante do Ministério Público (MP) no Tribunal de Contas da União (TCU), acionou o TCU com o mesmo objetivo.
Furtado pede que o tribunal apure se houve utilização de recursos públicos “na convocação, divulgação e organização de manifestações antidemocráticas e de caráter golpista do dia 7 de setembro”.
“Foi com verdadeiro assombro que a maioria da população brasileira que desaprova o atual governo e o presidente da República (64% o desaprovam, segundo a mais recente pesquisa) presenciou ontem a realização de manifestações de caráter antidemocrático e golpista, realizada por uma minoria sectária e radical, capitaneada pelo próprio chefe do Poder Executivo. Pleiteavam o fechamento do Supremo Tribunal Federal, a destituição de todos os ministros da Suprema Corte, intervenção militar, além de outras pautas inconstitucionais e até criminosas”, diz trecho da ação.