O presidente Jair Bolsonaro saiu com uma nova bravata nos atos golpistas deste 7 de setembro: convocará o Conselho da República, órgão máximo de assessoramento da Presidência, composto pelo vice-presidente da República, presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal, os líderes da Maioria e da Minoria na Câmara, os líderes da Maioria e da Minoria no Senado e o ministro da Justiça, além de seis representantes da sociedade civil.
De acordo com suas palavras confusas, o chamado seria para “resolver os problemas provocados por magistrados da Suprema Corte”, quando na realidade todo o clima caótico está sendo gerado, sem qualquer justificativa, pelo próprio chefe do Executivo federal.
A intenção foi criar um clima de medo, sugerindo que pode tomar alguma medida radical, como uma decretação de estado de defesa, ou de sítio, já que durante seu discurso na manhã deste Dia da Independência o presidente voltou a lançar ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal. No entanto, a atitude parece ser apenas mais uma ação vazia do líder extremista, já que o presidente do STF, ministro Luiz Fux, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já avisaram que não vão. Especialistas em Direito Constitucional, como o jurista Wálter Maierovitch, também afirmam que o acionamento do Conselho da República não é tão simples assim e tampouco dá poderes ilimitados ao presidente.