Enquanto senadores da CPI do Genocídio trabalham para levar Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro à comissão, a bancada do PSOL na Câmara reforça articulação para a criação da CPI da Rachadinha. Nos últimos dias, Marcelo Luiz Nogueira de Santos, ex-funcionário do clã Bolsonaro, fez revelações sobre o esquema de rachadinhas que teria ocorrido nos gabinetes de Carlos e Flávio Bolsonaro.
Segundo informações do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, as revelações de Marcelo deram um empurrão na colheita de assinaturas para a possível CPI. De março até agora, foram 69 signatários que se somaram à comissão. O mínimo necessário é 171.
Com o fim da CPI do Genocídio se aproximando, a oposição pretende ter esse novo foro de investigação.
“Essas novas denúncias são um escândalo e comprovam a rede de corrupção que existe na família Bolsonaro. Trata-se de um complexo e sistemático esquema de desvio de dinheiro público. Não é possível que a Câmara ignore os fatos dessas operações lideradas pelo presidente e seus filhos”, disse a deputada Talíria Petrone, líder do PSOL, ao Metrópoles.
Desde junho, o líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), busca a criação de uma CPI de mesmo teor na câmara alta. “Ninguém está acima da lei. Os fatos narrados são graves e exigem apuração imediata. Apresento hoje o pedido de CPI da Rachadinha. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (João 8:32)”, disse o senador, fazendo referência ao trecho bíblico recorrentemente citado pelo titular do Palácio do Planalto.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, já manifestou seu apoio, o de seu partido e também o da oposição no Senado à proposta de Vieira.