Enquanto dominam os cargos comissionados do governo do presidente Jair Bolsonaro, os militares não deixam de lado os valores que recebem pela aposentadoria. Com a manobra, avalizada por Paulo Guedes, os fardados embolsam de 2 a 8 vezes o que ganhariam se estivessem fora do governo.
Levantamento feito pelo jornalista Vinicius Sassine, da Folha de S. Paulo, mostra que 34% das estatais ligadas diretamente ao Governo Federal possuem o Partido Fardado no comando. Os "patriotas", no entanto, não querem apenas dirigir estatais, mas engordar seus soldos de fim do mês com um salário dobrado (ou octuplicado).
Segundo a reportagem, todos os comandantes somam os salários do cargo civil com a aposentadoria militar, estourando qualquer teto do funcionalismo público.
Até mesmo o presidente da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, com um estrondoso salário de executivo de R$ 228 mil, não deixa de aproveitar a aposentadoria do Exército, fazendo seu vencimento saltar para R$260 mil. Se estivesse fora do governo, receberia a quantia de R$ 32 mil - 8 vezes menos.
O presidente dos Correios, Floriano Peixoto Vieira, faz parte do grupo que consegue mais que dobrar seu salárioestando no governo. Com os R$ 46 mil de civil e os R$ 30,6 mil da farda, são R$ 77,3 mil.
Além dele e de Silva e Luna, outros 7 militares embolsam mais de R$ 60 mil com a "engenharia" Os demais ganham entre R$40 mil e R$60 mil.
Essa soma não era permitida até abril, quando o ministro da Economia, o neoliberal Paulo Guedes, permitiu que militares engordassem os vencimentos.
Ministros militares
Os ministros militares do governo Bolsonaro também se aproveitam dessa permissão concedida por Guedes. Walter Braga Netto, da Casa Civil, Augusto Heleno, do GSI, Luiz Ramos, ex-Casa Civil, e o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), receberam mais de R$ 100 mil de salário no mês de junho.
Confira aqui a reportagem da Folha de S. Paulo