A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira, 30, Otávio Fakhoury, mais um empresário bolsonarista que teria financiado a divulgação de fake news sobre a pandemia do coronavírus. Por ser vice-presidente do Instituto Força Brasil, os senadores acreditam que Otávio fez uso da entidade para propagar notícias falsas.
Hoje, Fakhoury também ocupa a presidência do diretório do PTB em São Paulo. Antes, foi tesoureiro do PSL em São Paulo, que na época tinha seu diretório presidido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
O pedido de convocação foi apresentado pelo vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e aprovado pelos parlamentares nesta terça-feira, 28.
Randolfe afirma que o empresário bolsonarista “foi identificado como o maior financiador de disseminação de notícias falsas”, utilizando os canais Instituto Força Brasil, Terça Livre e Brasil Paralelo.
“Esses canais estimularam o uso de tratamento precoce sem eficácia comprovada, aglomeração e diversas outras fake news sobre a pandemia”, completa o vice-presidente da CPI da Covid.
Fakhoury já teve seus sigilos bancário, telefônico, telemático quebrados em abril de 2020. A comissão também teve acesso ao sigilo fiscal do empresário, desde 2018.
Ele também está na mira da Polícia Federal que investiga os responsáveis pelos atos antidemocráticos de 7 de setembro.
A investigação da PF encontrou uma participação não declarada à Justiça Eleitoral por parte do empresário na campanha de Jair Bolsonaro nas eleições 2018, quando financiou 50 mil reais em materiais de campanha.
A PF ainda diz no documento ter localizado uma mensagem em fevereiro de 2020 do empresário oferecendo apoio a atos democráticos: "Eu vou, vou ajudar a pagar o máximo de caminhões que puder. Convocarei todos que eu conhecer! Não vou deixar esses canalhas derrubarem esse governo". Nesta quarta-feira, 29, Fakhoury obteve o direito permanecer em silêncio para questões que possam incriminá-lo concedido pelo Supremo Tribunal Federal, mas teve seu pedido para não comparecer à CPI da Covid negado.