Negro e gay, ex-funcionário do clã Bolsonaro foi usado por Renan para negar preconceito do pai

Marcelo Luiz Nogueira de Santos revelou os detalhes do esquema de “rachadinha” que ocorria nos gabinetes de Carlos e Flávio Bolsonaro

Foto: Reprodução redes sociais
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Durante o mês de junho o filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, Renan, fez um post em seu Instagram ao lado de Marcelo Luiz Nogueira de Santos, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) que denunciou o esquema de “rachadinha”.

À época, o presidente Bolsonaro era novamente acusado de LGBTfobia, então, em uma estratégia para tentar "provar" que o presidente não é homofóbico, o 04 fez uma postagem/homenagem a Marcelo de Santos, que é negro e gay.

"Marcelo, ao longo desses anos todos, você tem sido um grande amigo para mim. Você me ensinou muito, especialmente a como me tornar uma boa pessoa. Sua empatia e seu carinho são contagiantes, e eu serei eternamente grato a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho. Que neste aniversário seu coração possa transbordar com o dobro da felicidade que você trouxe para nossa família! Obrigado por tudo! Parabéns! Felicidades", escreveu Renan Bolsonaro.

Rachadinha

Ex-funcionário da família Bolsonaro, Marcelo Luiz Nogueira dos Santos contou que Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) jogava videogame no gabinete quando foi eleito para o primeiro mandato, em 2001, enquanto Ana Cristina Valle, então mulher de Jair, instalava o esquema de corrupção que ficou conhecido como “rachadinhas”.

“Quando o Carlos foi eleito, era uma criança. Vivia no gabinete dele jogando videogame, à época. Com 17, 18 anos, tanto que foi ela que assumiu a chefia do gabinete do Carlos. Foi onde ela começou com isso [rachadinhas]. Mas, o Carlos, por sua vez, ainda morava com a mãe, não passava necessidades nenhuma, ainda estava começando a vida e o pai sempre deu tudo. Ele não fez questão. Sabia, mas também não se envolvia, não. Ele ganhava o salário dele, que para a idade dele já era muito, portanto ele não se envolvia muito com isso, não”, disse em entrevista a Guilherme Amado, do site Metrópoles, em que fez uma série de denúncias contra o clã presidencial.

Marcelo resolveu fazer as denúncias após, segundo ele, ter sido enganado e vítima de racismo. Convidado por Ana Cristina a trabalhar na mansão onde ela vive com o filho, Jair Renan, em Brasília, a ex-mulher de Bolsonaro não teria honrado a promessa de pagar ao funcionário um salário de R$ 3 mil.

Segundo Marcelo, o esquema que começou a ser instalado no gabinete da “criança” Carlos em 2001, foi replicado o gabinete de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) por Ana Cristina em 2003.