O PSDB anunciou que fará oposição ao governo de Jair Bolsonaro, revendo sua posição após os atos antidemocráticos. Antes, no entanto, o PDSB atuava como aliado do programa de Bolsonaro, apoiando a maior parte das propostas do governo. Tal apoio deveria ser mantido na opinião do presidente do Instituto Teotônio Vilela, o deputado tucano Pedro Cunha Lima(PB).
O instituto é um centro de formação política do partido e já teve outros nomes importantes da legenda como presidentes, entre eles José Anibal e Tasso Jereissati.
Cunha critica a posição do partido em entrevista à Rádio Correio FM e aproveita para mencionar o PT, claro:
“Não penso que fazer uma oposição sistemática a Bolsonaro, ao modelo que o PT faz, seja o papel que eu deva cumprir. Claro que o governo merece críticas em vários pontos. A condução na pandemia merece uma crítica e a gestão que o governo faz na educação não é eficiente. De resto, não vou fazer oposição de quanto pior, melhor”, finalizou o deputado.
Declarados como “independentes”, os tucanos eram, na prática, verdadeiros aliados do Planalto.
Prova disso é a postura do partido no Congresso apoiando em mais de 90% as propostas enviadas por Bolsonaro para aprovação nas duas casas. Até mesmo a votação da proposta do “voto impresso” recebeu apoio de importantes nomes do partido, como o deputado federal e ex-presidenciável Aécio Neves.
Mesmo com inúmeras declarações de caráter fascista feitas ao longo de seu mandato, somente depois dos pronunciamentos dos atos antidemocráticos, que os tucanos optaram pela oposição ao presidente, aderindo à frente de oposição do centro democrático juntamente com outros partidos como o DEM, MDB e Cidadania.
A declaração de Cunha deixa a dúvida se a decisão de ir para a oposição, tomada por unanimidade, será mesmo levada a sério na prática, que é o que realmente importa.