Enquanto Lira manobra em favor do voto impresso, Pacheco sinaliza rejeição no Senado

Lira anunciou que PEC de Bia Kicis vai ao plenário mesmo após derrota em comissão; Pacheco é contra distritão

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), parecem não estar em sintonia sobre as mudanças no sistema eleitoral. Enquanto Lira demonstra esta disposto a seguir os bolsonaristas no voto impresso e a implementar o distritão, Pacheco não aprova mudanças na legislação eleitoral.

"Eu sinto que a vontade da maioria do Congresso Nacional neste momento é a preservação do sistema eletrônico de votação", disse o presidente do Senado em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (6). Pacheco destacou a rejeição do tema na comissão especial.

"Uma vez deliberada a PEC do distritão na Câmara dos Deputados e chegando ao Senado, vamos dar a ela todo o trâmite, será submetida à Comissão de Constituição e Justiça, mas vejo sinceramente o Senado optando em sua maioria pelo sistema que seja o sistema mantido de 2017, o sistema proporcional", comentou Pacheco sobre o distritão.

Lira atende a bolsonaristas

Lira, por outro lado, parece seguir alinhado com esses pautas. Ele defende que distritão entre na reforma eleitoral e colocou PEC do voto impresso, da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), no plenário.

"O voto impresso está pautando o Brasil. Câmara é a casa das leis e, infelizmente, assistimos nos últimos dias a um tensionamento, quando a corda é puxada com muita força leva Poderes muito além dos seus limites. A Câmara sempre se pauta pelo cumprimento do regimento. Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz, vamos levar a questão do voto impresso pelo plenário", disse em pronunciamento feito nesta tarde.

Apesar de dizer que fez isso porque a disputa em torno da pauta "já foi longe demais", Lira atende a uma demanda de bolsonaristas. Parlamentares próximos de Bolsonaro defendiam que o presidente da Câmara ignorasse a deliberação contrária da comissão e levasse a proposta ao plenário.

A comissão especial, no entanto, voltou a se reunir na tarde desta sexta para votar relatório contrário à PEC, do deputado Raul Henry (MDB-PE). Henry foi sido designado como o autor do novo texto após a versão do bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) ser rejeitada. O novo relatório pede arquivamento da PEC.

Com informações do Uol

Atualização às 18h40

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