O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, atuou com o objetivo de impedir a divulgação de um manifesto sobre a crise política no país - o que expunha um claro racha do empresariado com o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a colunista Malu Gaspar, de O Globo, Guimarães ligou diretamente para presidentes de instituições financeiras para tentar impedir o manifesto que seria publicado nesta terça-feira (31) por entidades do setor privado articuladas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A colunista aponta que o executivo da Caixa sugeriu que bancos poderiam ser excluídos de negócios com o governo se colocassem a assinatura no manifesto. Guimarães é figura frequente nas lives semanais onde o presidente Jair Bolsonaro diz seus rotineiros impropérios.
O documento acabou sendo adiado para depois do 7 de setembro, mas foi vazado por O Globo na segunda-feira.
"As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população", diz trecho do documento.