A Justiça do Rio de Janeiro acaba de autorizar a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente da República, para apurar o envolvimento dele na prática de rachadinhas na Câmara Municipal da capital fluminense.
Desde o início da investigação sobre esse tipo de prática na Câmara do Rio, essa é a primeira vez que o Ministério Público resolve levantar informações sobre o filho 02 de Jair Bolsonaro, que já era apontado por denúncias como um dos parlamentares que cometia esse tipo de crime.
Rachadinha é o eufemismo usado para se referir ao crime previsto no artigo 312 do Código Penal Brasileiro, chamado de peculato, que ocorre quando agentes públicos ficam com dinheiro de funcionários de seus gabinetes, sendo estes “fantasmas” ou não.
No sexto mandato consecutivo como vereador no Rio, Carlos Bolsonaro já empregou dezenas de pessoas em seu gabinete parlamentar ao longo de 20 anos. O problema é que o MP tem informações de que a imensa maioria deles não trabalha no local, o que é vedado pelo regimento interno da Câmara, que obriga assessores a cumprirem 40 horas semanais de trabalho, em regime presencial.
Seu irmão mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), já enfrenta várias acusações do mesmo tipo, que se arrastam há anos, desde que ele era deputado estadual na Alerj. O pai, Jair Bolsonaro, também já foi apontado por vários denunciantes como operador do mesmo tipo de esquema. Recentemente, uma ex-cunhada dele afirmou que o atual presidente era o chefe do esquema de rachadinha nos gabinetes parlamentares da família.