Mesmo autorizado por Kássio Nunes, do STF, a não comparecer ao depoimento, o motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva foi o destaque da sessão desta terça-feira (31) da CPI do Genocídio.
Relator da CPI, Renan Calheiros exibiu imagens que seriam de Ivanildo pagando boletos de contas de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde que é próximo ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Nas imagens, Ivanildo aparece entrando em agências do Bradesco em horários, dias e locais nos quais constam em extratos de quitação das contas de Dias. Os pagamentos teriam ocorrido nos meses de maio e junho, antes da demissão de Dias do Ministério sob acusação de ter cobrado propina pela aquisição de vacina pela Covid-19.
“São imagens reveladas pelo sistema de bancos que comprovam que no dia e na hora em que os boletos do Roberto Ferreira Dias estavam sendo pagos pela VTCLog, através do Ivanildo, o que comprova verdadeiramente o conluio existente no bastidor do Ministério da Saúde no exato enfrentamento à pandemia”, disse Renan.
Após a exibição das imagens, senadores defenderam que a CPI garanta a proteção de Ivanildo.
Bate-boca
"Nós estamos avaliando que o deputado Ricardo Barros é o comandante de um dos maiores esquemas de roubalheira que assaltou, entre outros órgãos públicos, o Ministério da Saúde. Isso está tudo evidentemente comprovado", afirmou, provocando a ira de governistas. "O papel do Ricardo Barros, líder do governo, na vida nacional é um papel lamentável e ele precisa ser exemplarmente punido por tudo isso", emendou.
Pelas redes, Barros rebateu Calheiros e afirmou que sua "conduta é ilibada".
"Senador Renan e a CPI não tem nada contra mim e não terão. Minha conduta é ilibada. Entendo o desespero de não terem concretude nas suas acusações. Só querem atacar o governo do qual sou lider. Enganar o STF não resolve a falta de consistência da CPI. Só causam danos ao Brasil", tuitou Barros, qua acusa Renan de vazar dados fornecidos por ele à imprensa.