O presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, disse numa entrevista ao jornal Correio Braziliense, publicada neste domingo (29), que “o brasileiro fica estarrecido quando Bolsonaro vem com ameaça à eleição, porque isso beira o ridículo”.
Para ele, o sistema eleitoral brasileiro é seguro e confiável e inclusive foi o que elegeu democraticamente o atual presidente, que no seu entendimento não pode simplesmente sair fazendo ameaças sem qualquer razão para isso.
“É mais um equívoco. O brasileiro fica estarrecido quando ele vem com ameaça à eleição — beira o ridículo. Nosso sistema (de votação por meio da urna eletrônica) é confiável e seguro. Ele é presidente da República, foi eleito democraticamente; não pode vir e ameaçar, por motivos realmente inexplicáveis, a realização da eleição”, falou Kassab.
O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo falou também sobre a possibilidade de que Jair Bolsonaro sequer chegue ao 2° turno da eleição presidencial de 2022, por conta de suas encrencas e falta de planejamento regional.
“No 1° (turno), acredito que ele seja candidato. Mas Bolsonaro é muito vocacionado para polêmicas, para confusão. Não descarto que não esteja, mas acredito que estará (no 1° turno). Mas não será nenhuma surpresa (se não estiver no 1° turno). Reafirmo minha opinião vendo o desgaste. A avaliação do governo está cada vez pior e ele não tem nem partido ainda. Portanto, acredito que, por essa análise, ele possa não estar no 2° turno. A chance de ele não chegar ao 2° turno é, hoje, grande. Acho muito difícil diante da grande rejeição que tem”, opinou.
Kassab explanou ainda sobre o papel desastroso que o presidente teve durante a pandemia da Covid-19, com seu negacionismo e decisões que provocaram caos no Brasil, que hoje carrega a marca de 580 mil mortos vítimas da doença provocada pelo novo coronavírus. Para o cacique do centrão, as decisões e atitudes de Bolsonaro pesarão contra no próximo pleito.
“Seus exemplos não são os recomendados. Não recomendou o uso de máscara, pelo contrário; também (não recomendou) o distanciamento social. Houve demora na compra de vacina. Portanto, não entendo como positiva a conduta. Tenho certeza absoluta (que as ações serão lembradas pelo eleitor). A bola da vez da campanha do ano que vem, em qualquer país do mundo que tenha eleição, será a pandemia, a postura dos governos, seus erros e acertos.”, comentou.