O ex-ministro da Defesa e Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) ordenou que jatos Gripen sobrevoassem o Supremo Tribunal Federal (STF) acima da velocidade do som com o objetivo de estourar os vidros do prédio.
"Ele (Bolsonaro) chamou um comandante militar e perguntou se os caças Gripen estavam operacionais. Com a resposta positiva, determinou que sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Bolsonaro mandou fazer isso, tenho um depoimento em relação a isso. Ao confrontá-lo com o absurdo de ações desse tipo, eles foram demitidos", afirmou.
O episódio, de acordo com Jungmann, foi a gota d'água para a saída do governo, em março, dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Ele revelou à Veja que "os três foram demitidos porque se recusaram a envolver as Forças Armadas nas declarações e nos atos do presidente da República".
Sobre a posição das Forças Armadas na crise que envolve Bolsonaro e o STF, o ex-ministrou afirmou que “infelizmente, existe no alto oficialato uma visão bastante crítica a respeito do STF, algo que remonta à decisão do ministro Edson Fachin de zerar as ações contra o ex-presidente Lula. Os militares têm uma leitura de que o STF não está deixando o presidente Bolsonaro governar, algo do que obviamente discordo. A Corte, na maioria de suas decisões, tem contido o presidente em seus limites constitucionais. Mas algumas decisões polêmicas embasaram essa imagem que se formou nas Forças Armadas. Existe também a leitura equivocada de que o Supremo teria destruído a Operação Lava-Jato. É algo preocupante”.
Jungmann, no entanto, ao ser perguntado sobre qual seria a posição do Exército com relação a uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu: “Cumprirá a Constituição e baterá continência para o comandante em chefe das Forças Armadas”.
Com informações da Veja