O PSOL trabalha com a possibilidade de estabelecer uma aliança inédita com o PT nas eleições de 2022. Segundo o presidente da legenda, Juliano Medeiros, um apoio a Lula no pleito presidencial, já no primeiro turno, "é uma possibilidade".
Em outras eleições, o PSOL só declarou apoio ao PT, a nível nacional, sem segundos turnos, pois em todas os últimos pleitos a sigla teve candidato próprio no primeiro turno.
"É uma possibilidade considerando a gravidade do momento do Brasil e vai levar em conta aspectos programáticos, arco de aliança e possíveis acordos eleitorais nos estados que sejam de interesse do PSOL", disse Medeiros em entrevista ao Estadão publicada nesta quinta-feira (19).
A proposta do PSOL apoiar o PT na eleição presidencial será discutida no próximo congresso nacional do partido, marcado para setembro. Essa ideia é defendida pela corrente de Medeiros, que é majoritária, mas encontra resistência na corrente Movimento de Esquerda Socialista (MES), que apoia uma candidatura própria, que seria a do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
As condições para que o PSOL apoie Lula já no primeiro turno envolveriam, por exemplo, uma proposta econômica de Lula mais voltada à esquerda e também apoio do PT em eleições estaduais, como no caso de São Paulo, que deve ter Guilherme Boulos como candidato.
Da parte do PT, os planos são lançar o ex-prefeito Fernando Haddad para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Uma chapa composta por Boulos e o petista, no entanto, não está totalmente descartada.