O cantor sertanejo e ex-deputado federal Sérgio Reis está pagando um preço alto pela ameaça golpista que espalhou nas redes sociais no último fim de semana, quando ameaçou organizar um golpe de Estado, com a apoio de ruralistas e setores das Forças Armadas, para destituir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dar plenos poderes ao presidente Jair Bolsonaro.
A atitude fez com que 29 subprocuradores-gerais da República entrassem com uma representação na PGR do Distrito Federal para investigá-lo sob a acusação de subversão e incitação ao crime. No documento, as autoridades do Ministério Público Federal afirmam que as ameaças do intérprete de Pinga Ni Mim podem configurar crimes de incitação à subversão da ordem pública e incitação ao crime, uma vez que o sertanejo ameaçou impedir a livre circulação dos cidadãos e interromper o funcionamento de rodovias, portos e aeroportos do país.
"Diante dos graves acontecimentos que têm marcado a história recente do país, em particular as frequentes ameaças de ruptura institucional e de desrespeito à independência dos poderes e de seus integrantes, solicitamos a Vossa Excelência a distribuição desta representação a um dos membros oficiantes na área criminal, com vistas à adoção das providências que forem entendidas cabíveis", dizem os subprocuradores na representação encaminhada ao coordenador criminal da PGR-DF, Carlos Henrique Martins Lima.
Reis, que no áudio afirmava estar coordenando uma ação em conjunto com produtores de soja, organizações de motoristas de caminhões, oficiais generais das Forças Armadas e o próprio presidente da República já foi desautorizado por líderes ruralistas, sindicatos de caminhoneiros e até mesmo pelo ministro da Defesa, Braga Netto.
Na segunda-feira (16), o cantor apareceu chorando e se dizendo mal interpretado durante uma live na qual foi entrevistado por um blogueiro bolsonarista radical. A esposa dele também já havia dito que o ex-parlamentar, que deve R$ 640 mil à União, andava deprimido após o episódio que revelou seus intentos golpistas.