Saiba quem é o coronel Helcio Bruno, que depõe à CPI da Covid

Helcio Bruno foi citado como intermediador da Davati no Ministério da Saúde

O tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida (Reprodução/Youtube)
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O tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, presidente da ONG Instituto Força Brasil, será ouvido pela CPI do Genocídio nesta terça-feira (10) após ter sido apontado como elo entre representantes da empresa Davati Medical Supply e o Ministério da Saúde na negociação de vacinas. O depoimento de Helcio Bruno está previsto para começar às 9h30.

O requerimento para ouvir o Helcio Bruno foi feito pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador afirma que representantes da empresa Davati no Brasil disseram que o presidente da ONG Instituto Força Brasil intermediou um encontro entre eles e o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Elcio Franco para a compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

O nome do coronel também foi citado pelo cabo Dominghetti, responsável pela denúncia do pedido de propina por membros do governo federal na compra de vacinas e o representante da Davati, Cristiano Carvalho.

A suposta propina seria paga, segundo Dominghetti, por pagamento adicional de US$ 1 por dose de vacina, conforme pedido do então diretor de logística da Saúde, Roberto Dias, em jantar ocorrido no dia 25 de fevereiro.

O negócio não foi fechado com Dias, mas as tentativas não pararam por aí e teriam continuado com o secretário-executivo do Ministério da Saúde da época, Élcio Franco, como o novo responsável pelas tratativas.

Helcio Bruno intermediou a reunião entre os representantes da Davati no Ministério da Saúde no dia 12 de março a pedido do reverendo Amilton Gomes de Paula, ouvido pela CPI na semana passada.

 “Os representantes da Davati afirmaram ter recebido um contato de Helcio no final de janeiro, junto com o reverendo Amilton, se oferecendo para facilitar o acesso do grupo ao Ministério da Saúde. Este relato diverge das declarações do coronel Helcio à imprensa, que disse ter sido procurado pela Davati dois dias antes da reunião no Ministério, e só então se ofereceu para levá-los ao encontro”, afirma o senador Randolfe.

Participaram do encontro Helcio Bruno, Élcio Franco, Cristiano Carvalho, Amilton Gomes, Luiz Paulo Dominghetti e os coronéis membros da cúpula da pasta da Sáude, Marcelo Bento Pires e Cleverson Boechat.

Helcio Bruno terá o direito de ficar parcialmente em silêncio

Na segunda-feira, dia 9, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia concedeu ao coronel Helcio Bruno o direito de permanecer em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo.

No entanto, ele irá depor à CPI na condição de testemunha, o que o obriga a verdade sobre fatos que não o incriminem. "Convocado que foi nesta condição, pode ele se manter em silêncio se questionado sobre fatos e atos que possam conduzir a seu comprometimento criminal, mas como testemunha não pode pretender eximir-se do direito 'de dizer a verdade'", diz a decisão da ministra do STF.