Witzel diz ter documentos que provam corrupção em hospital onde fiscais foram ameaçados por milícia no Rio

Denúncia de atuação da milícia no Hospital Federal de Bonsucesso motivou demissão de Gustavo Bebianno, morto em 2020. Dossiê que será entregue por Witzel à CPI do Genocídio.

Wilson Witzel (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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Afastado definitivamente do governo do Rio de Janeiro após entrar em confronto com o ex-aliado Jair Bolsonaro (Sem Partido), Wilson Witzel diz ter provas de um esquema de corrupção que ultrapassa mais de R$ 60,2 milhões em contratos com 27 empresas que atuam sem licitação em hospitais e órgãos federais do Rio de Janeiro.

O ex-governador fluminense teria apresentado os contratos à revista Veja. O antro da corrupção seria o Hospital Federal de Bonsucesso, um dos maiores da rede pública do Rio, que teria motivado o atrito que fez com que Bolsonaro afastasse do governo o ex-secretário -geral da Presidência, Gustavo Bebianno, morto em 2020.

Em fevereiro de 2019, Bebiano denunciou que uma equipe de fiscais enviada ao hospital foi ameaçada por milicianos.

Witzel diz ter vídeos, que entregará a CPI do Genocídio, em que Bebianno pede proteção pois tinha medo de ser assassinado. Após depor à comissão - quando saiu no meio da oitiva - o ex-governador do Rio também pediu proteção para ele e sua família.

Witzel diz ter documentos e contratos que comprovam negócios escusos do governo federal no Rio de Janeiro.

Entre os beneficiários desses negócios com o governo federal estão pelo menos dois presos em operações da Polícia Federal e do Ministério Público por suspeita de participação em esquema de corrupção na esfera estadual.

O dossiê seria entregue durante novo depoimento que havia sido marcado para esta sexta-feira (9), mas foi adiado.