Roberto Ferreira Dias diz à CPI que foi aproveitado em concurso em regime de cotas para afrodescendentes

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) tuitou sobre o assunto: “tirem suas próprias conclusões”

Roberto Ferreira Dias (Foto: Agência Brasil)
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O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias afirmou em resposta ao senador Humberto Costa (PT-PE), na CPI do Genocídio, nesta quarta-feira (7), que foi aprovado no cargo de auxiliar administrativo do governo do Paraná em concurso público e aproveitado nas vagas de afrodescendente.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) tuitou sobre o assunto logo a seguir e comentou: “Mais uma descoberta da CPI: o senhor Roberto Dias prestou concurso e assumiu vaga de cotas reservadas a candidatos negros no Ministério. Tirem suas próprias conclusões”.

https://twitter.com/orlandosilva/status/1412807561045233665

Pedido de propina

Dias foi chamado a depor na CPI após ter sido citado no depoimento do policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que o acusou de pedir propina de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca. Dias nega as acusações.

A denúncia foi feita por Dominguetti, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos. Em depoimento à CPI, ele afirmou ter recebido um pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses do imunizante.

Exonerado da Diretoria de Logística do Ministério da Saúde após a acusação pelo governo federal, Dias foi aconselhado por parlamentares aliados a não atacar o governo hoje na CPI da Covid.

Pedido de investigação

A Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber encaminhou à Procuradora-Geral da República (PGR) na manhã da última quinta-feira (1) um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-diretor Roberto Ferreira Dias.

O pedido foi enviado ao STF pela deputada Natália Bonavides (PT-RN), pois, a parlamentar aponta possível crime de prevaricação por parte do presidente da República.

Por sua vez, Roberto Dias deve ser investigado para conferir se ele cometeu o crime de associação criminosa, corrupção passiva e advocacia administrativa.

“Determino a abertura de vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, a quem cabe a formação da opinio delicti em feitos de competência desta Suprema Corte, para manifestação no prazo regimental”, escreveu Weber.