A servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira afirmou em depoimento à CPI do Genocídio nesta terça-feira (6) que só assumiu a fiscalização do contrato de compra da vacina indiana Covaxin no dia 22 de março, dois dias depois que os irmãos Luis Miranda (DEM-DF) e Luis Ricardo Miranda, também servidor da pasta, denunciaram o suposto esquema de corrupção no caso ao presidente, Jair Bolsonaro.
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Regina ainda afirmou que só após sua nomeação pôde notificar a empresa Precisa, intermediária da compra da Covaxin, por atraso na entrega de vacinas, no dia 30 de março. Antes dela, toda negociação foi feita sem fiscalização.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) lembrou que o contrato foi assinado dia 25 de fevereiro e previa que as primeiras doses deveriam chegar após 20 dias, portanto dia 17 de março.
"Como é que depois de descumprido o contrato ela autoriza? E, mais grave, ela recebeu dia 18 de março, antes da nomeação, um e-mail do William (servidor do Ministério da Saúde) como fiscal, solicitando autorização de importação", disse a senadora.
Regina Célia, no entanto, afirmou que "em relação à minha função de fiscal eu não achei nada atípico" no processo de compra.
Ricardo Barros
A fiscal disse ainda que não conhece o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), por quem foi nomeada para um cargo comissionado em dezembro de 2016.
Em princípio, a servidora disse que não lembrava quem era o ministro à época. Após insistência dos senadores, Regina disse que a nomeação “certamente deve ter sido a de Ricardo Barros”.
Na sequência, ela ressaltou que não conhece o ex-ministro e disse desconhecer se ele ainda exerce influência em algum setor do Ministério da Saúde.
Indagada se tinha alguma relação com Barros, Regina negou. “Não tenho ligação alguma”. E diz que só o conhece por ser uma “figura pública”.
“Não o conheço. Eu sei quem é por ser uma figura pública. Mas, não o conheço”.